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Gilmar Mendes defende lei de abuso de autoridade contra 'vazamentos'

Ministro do Supremo faz críticas a Rodrigo Janot, a quem imputa vazamentos de investigações

Foto do author Daniel  Weterman
Por Daniel Weterman
Atualização:

Na contramão de magistrados, promotores e policiais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu nesta segunda-feira, 19, a aprovação de uma lei contra abuso de autoridade com o fim de coibir vazamentos de informações à imprensa. 

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"Sugiro lei de abuso de autoridade e responsabilização civil do próprio agente", afirmou o ministro, durante evento do jornal Folha de S.Paulo, citando que há membros do Ministério Público e da Polícia Federal que vazam dados de investigações. Ele declarou que, no País, sempre houve vazamento de informações, mas que, nos últimos tempos, essa prática foi "sofisticada".

O ministro do STF, Gilmar Mendes, em evento no Rio no dia 15 de dezembro de 2017 Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Durante sua fala inicial, Gilmar fez uma crítica à Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a gestão de Rodrigo Janot, que, segundo ele, fazia vazamentos seletivos a jornalistas. "Abuso notório porque as informações não são do procurador, ele não é dono disso, daí a necessidade da lei de abuso de autoridade, só se divulga aquilo que é divulgável." O ministro acrescentou, porém, que o problema não é de quem publica, mas de quem vaza. 

'MAUS-TRATOS' O ministro se disse alvo do que chamou de "maus-tratos" da imprensa em fatos envolvendo seu nome. Ele afirmou que é "alvo preferencial desse tipo de prática", mas que, em geral, recebe o direito de resposta.

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RELATÓRIO DA PFRelatório da Polícia Federal de outubro do ano passado apontou que Gilmar e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) realizaram 43 chamadas telefônicas via WhatsApp entre si no período entre 16 de março e 13 de maio deste ano. Em resposta, Gilmar afirmou que manteve contato com o senador para tratar do projeto de lei de abuso de autoridade.

Em outubro de 2017, após deixar a proposta parada na Casa por quase seis meses, o presidente da Câmara dos Deputados, 

Rodrigo Maia (DEM-RJ)

, criou uma comissão especial para analisar 

projeto de Lei já aprovado pelo Senado que trata do abuso de autoridade

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