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Fachin nega pedido de prisão de Aécio; irmã e primo são presos

Senador afastado deve renunciar à presidência do PSDB; partido deve ser assumido interinamente pelo deputado Carlos Sampaio

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Por Breno Pires , Rafael Moraes Moura , Erich Decat e Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, determinou o afastamento do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), das funções parlamentares, mas negou o pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

O mandado de prisão foi solicitado pela procuradoria diante de envolvimento de Aécio em possíveis crimes, registrado em vídeo e apresentado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da empresa JBS, em proposta de acordo de colaboração.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG) Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O senador Aécio Neves (MG) deve entregar ainda nesta quinta-feira sua carta de renúncia da presidência nacional do PSDB, informaram deputados tucanos ao Broadcast Político/Estadão. Com a renúncia esperada, a bancada do partido na Câmara indicou o deputado Carlos Sampaio (SP) para substituir o parlamentar mineiro interinamente. Sampaio é vice-presidente jurídico da legenda.

A irmã de Aécio, Andrea Neves, e Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador, foram presos nesta quinta, assim como Mendherson Souza Lima, assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). O ministro também determinou que os mandados ocorressem com a "máxima discrição" e com a "menor ostensividade".

A delação foi homologada pelo ministro Fachin, relator da Lava Jato na Corte, mas, num primeiro momento, a retirada do sigilo não foi determinada. O ministro aguarda o recebimento dos resultados das diligências para poder retirar de sigilo, se assim for o entendimento da Procuradoria-Geral da República.

Cautelares 

Ao afastar Aécio Neves (PSDB-MG) da função parlamentar ou "de qualquer outra função pública", o ministro Fachin impôs outras duas medidas cautelares ao tucano: a proibição de contatar qualquer outro investigado ou réu no conjunto de fatos revelados na delação da JBS; e a proibição de se ausentar do País, devendo entregar seu passaporte.

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Sucessão no PSDB

Segundo regimento do PSDB, em caso de vacância da presidência do partido, o vice-presidente mais velho convocará uma eleição interna entre os vice-presidentes em até 24 horas. O mais velho, nesse caso, é o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman. Esse novo vice-presidente assume o comando do partido com o dever de convocar novas eleições em até 30 dias. Dessa vez, qualquer filiado da sigla poderá participar. 

Resposta

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Em conversa com integrantes da bancada do PSDB do Senado logo após virem a público as denúncias do dono da JBS, Joesley Batista, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) não negou ter procurado o dono da marca JBS para tentar levantar recursos para pagar os advogados, que atuam em sua defesa na Lava Jato, mas insistiu na tese de que foi um pedido de caráter pessoal. O valor negociado, segundo informou o jornal O Globo seria de R$ 2 milhões.

"Ele nos disse que tinha um relacionamento de contato frequente com Joesley Batista. Então, Aécio disse claramente que foi ao Batista consultá-lo sobre o interesse dele na compra de um imóvel, que pertence à mãe do Aécio. Ele não nega a conversa nem a intenção da conversa, de pedir uma ajuda ao Batista, sobre essa questão de viabilizar condições para pagar advogados", afirmou Paulo Bauer, líder do PSDB no Senado. "Ele ofereceu o imóvel, mas Batista não quis. Então, ele acabou aceitando uma ajuda. Não falou claramente se era empréstimo, se era ajuda. Não sei. Mas ele garante que não comentou sobre favores, benefícios sobre qualquer tipo de questão institucional".