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Empresário lança movimento a bolsistas políticos para eleição de 2018

Inscrições começam no sábado para oferecimento de aulas de janeiro a junho aos candidatos

Por Marcelo Osakabe
Atualização:

O empresário Eduardo Mufarej, presidente da Somos Educação e sócio da Tarpon Investimentos, lançou nesta sexta-feira, 6, o movimento RenovaBR, que segundo ele tem como objetivo a renovação da política brasileira.

+++ José Roberto de Toledo: Renovar é impreciso Em evento no Google Lab, em São Paulo, o empresário afirmou que a iniciativa tenta se contrapor ao establishment político nacional, que tem pouco interesse em se renovar. O RenovaBR, disse, é uma chance de mudar esse quadro em que a política é "hereditária". "Quem tem vontade de se candidatar tem que abrir mão de um monte de coisa e a chance de dar errado é muito grande", disse. "Estamos focados em dar mais chances para quem quiser entrar na política possa dar certo." Nos últimos dias, a iniciativa ficou conhecida como com "fundo eleitoral do PIB", por contar com o apoio de nomes como o apresentador Luciano Huck, o economista Arminio Fraga e o publicitário Nizan Guanaes. Mufarej, no entanto, desconversou sobre nomes e valores. Segundo ele, a lista de apoiadores não está fechada e a captação de recursos ainda não começou. Huck foi apresentado no momento apenas como um dos "endossadores" do projeto. Segundo o empresário, os bolsistas serão escolhidos com base em critérios como combate à corrupção, gestão fiscal responsável e promoção da sustentabilidade. As inscrições começam no sábado, 7, e os bolsistas terão aulas de janeiro a junho de 2018. O valor da bolsa deve ser comparável aos programas de trainee. Além de passarem por um currículo básico e de terem acesso a eletivas como segurança pública e matérias para desenvolvimento pessoal, os escolhidos também serão orientados sobre formação de equipe de campanha, busca de financiamento, estratégia de comunicação com os eleitores e marketing político. Eles não receberão financiamento da RenovaBR e terão liberdade para escolherem seu partido, salientou o empresário. As duas únicas contrapartidas pedidas são: caso eleitos, prezarem pela transparência e cumprirem o mandato. Candidaturas ao Legislativo, especialmente à Câmara dos Deputados, são as preferidas. No evento, foram apresentados dois bolsistas, Daniel Oliveira, filiado ao Novo, e Alessandra Monteiro, integrante da Rede. "Se a gente não criar espaços e projetos como o Renova, que ajudam a transpor a "filhocracia", fica muito difícil ter esperança de que as coisas mudem", disse Alessandra, que disputou as eleições de 2016 em Alto Tietê, no interior do Estado.REAÇÃO A criação do fundo causou reações em Brasília. Na terça-feira, 3, o deputado Jorge Solla (PT-BA) pediu à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, uma investigação sobre o fundo. Segundo Solla, "há fortes indícios de que o grupo empresarial liderado por grandes empresários pretende se organizar, por uma pessoa jurídica - 'Fundo Cívico', para burlar a Lei" que impede o financiamento eleitoral por parte de pessoas jurídicas.

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