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'Não há chance de Janot não ter atuado de forma política', diz procurador na CPMI da JBS

'Havia uma preocupação clara do Janot com a indicação de Raquel Dodge à PGR', diz Ângelo Goulart Villela

Por Thiago Faria
Atualização:

BRASÍLIA - O procurador Ângelo Goulart Villela voltou a acusar o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de atuar politicamente ao assinar o acordo de delação premiada com executivos do grupo J&F. Villela prestou depoimento nesta terça-feira, 17, a parlamentares na CPMI da JBS. Ele também acusou Janot de 'falsear a verdade'.+ Leia o despacho de Fachin que confere à CPI da JBS poderes para ouvir o delator Saud+ Cade deve barrar negócio de irmão de Joesley Batista

Segundo ele, o objetivo de Janot era que a delação provocasse a queda do presidente Michel Temer do cargo, evitando, assim, que ele nomeasse Raquel Dodge como chefe da Procuradoria-Geral da República, o que acabou ocorrendo.

O procurador Ângelo Goulart Villela Foto: LUIS MACEDO/AGÊNCIA CÂMARA

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"Não há a menor chance de o Rodrigo Janot não ter autuado de forma política, sem entrar no mérito da procedência da denúncia, para impedir que o presidente da República deixasse de indicar a dra. Raquel Dodge. E para isso ele precisava derrubar o presdiente", disse Villela. "Ele (Janot) sempre diz que tinha um crime em andamento, por isso tinha que dar a imunidade. Mentira. A pressa tinha outro motivo."

Villela foi preso no dia 18 de maio, durante a Operação Patmos, suspeito de vazar informações sobre a Operação Greenfield, da qual o grupo J&F é alvo. Em troca, segundo os delatores, ele recebia uma mesada de R$ 50 mil. O procurador foi solto em agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele nega as acusações.

"Não tenho dúvida de que o calvário que eu fui submetido tenha a ver com uma suposta relação de proximidade que me foi imputada em relação a ela (Raquel Dodge)", disse.

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