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Dilma adia definição sobre ministérios, mas continua distribuição de cargos do segundo escalão

Ideia do Planalto é continuar oferecendo esses postos aos partidos da base aliada como forma de 'garantia' de que eles terão mais espaço no governo após o impeachment ser barrado na Câmara

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Por Isadora Peron
Atualização:

BRASÍLIA - A decisão da presidente Dilma Rousseff de deixar a reforma ministerial para depois da votação do impeachment não vai diminuir o ritmo da redistribuição dos cargos no segundo escalão do governo. A ideia do Palácio do Planalto é continuar oferecendo esses postos aos partidos da base aliada como forma de "garantia" de que eles terão mais espaço no governo após o impeachment ser barrado na Câmara.

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Segundo um ministro próximo a Dilma, a nova estratégia evita o "desgaste" tanto do governo quanto das siglas neste momento, pois tira a impressão de que o Planalto está promovendo uma "barganha" de pastas importantes, como Saúde e Educação, para impedir o afastamento da presidente.

Se Dilma sobreviver ao processo, o discurso que será adotado é que o governo precisa repactuar a sua base aliada para conseguir governar. Entre os partidos que deverão ser contemplados com novos ministérios após o processo de impeachment estão o PP, o PR e o PSD.

Desde que o PMDB decidiu deixar a base aliada, na semana passada, cargos importantes que estavam com a sigla têm sido repassados a integrantes de outras legendas.

Nesta terça-feira, 5, o Diário Oficial da União trouxe a nomeação do novo diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Antonio Iran Costa Magalhães. O nome, ligado ao PP, substituiu Walter Gomes de Souza, que era indicado pelo PMDB.

Com a saída de Henrique Eduardo Alves do Ministério do Turismo, nomes indicados pelo peemedebista também estão sendo demitidos da pasta. Também houve mudanças em órgãos como a Caixa Econômica Federal, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Depois de passar uma semana tentando reconfigurar a Esplanada, Dilma afirmou nesta terça-feira que não faria qualquer mudança ministerial nos próximos dias. "O Palácio do Planalto não pretende qualquer reestruturação antes de qualquer votação na Câmara. Especulações sobre ministérios, sobre mudanças no governo, são absolutamente especulações. Sem base de verdade", disse.

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Um dos motivos do adiamento foi o fato de seis dos sete ministros do PMDB não terem deixado os cargos depois do rompimento do partido com o governo. Apesar de Dilma precisar conquistar os votos de outros partidos da base para barrar o impeachment, não pode abrir mão do apoio do peemedebistas na votação.