BRASÍLIA - Um dia após a votação que enterrou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), defendeu a "virada de página" e disse que agora é hora de trabalhar com a base aliada numa nova agenda de desenvolvimento e equilíbrio fiscal para o País. "A partir de agora temos outra agenda", disse Ribeiro, em tom de alívio.
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Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhou ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) comunicando que o plenário rejeitou a denúncia contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência). A palavra de ordem na base aliada é trabalhar com foco numa agenda comum entre o Legislativo e o Executivo.
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Ribeiro minimizou a perda de votos pró-governo na votação desta quarta. Na primeira denúncia, 263 deputados ajudaram a enterrar o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). Dessa vez, apenas 251 deputados votaram alinhados com o governo.
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O líder do governo admitiu que o aumento "considerável" das ausências em plenário influenciou o placar. Em agosto, 19 deputados não apareceram para votar e ontem esse número subiu para 25. Segundo Ribeiro, parlamentares como Adail Carneiro (PP-CE) e José Carlos Araújo (PR-BA) tiveram problemas de saúde.
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"O fundamental é olhar para frente, construir esse novo momento que o Brasil precisa", desconversou Ribeiro, se referindo aos infiéis que mantiveram voto contra o governo e os que mudaram de posição na segunda votação, engrossando o coro dos 233 que votaram ontem pela admissibilidade da denúncia.