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PF faz buscas na Hypera Pharma

Operação Tira-Teima, desdobramento da Lava Jato, deflagrada por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo, mira aliados de Eunício Oliveira

Por Fabio Serapião e Amanda Pupo/BRASÍLIA
Atualização:
 Foto: Estadão

A Polícia Federal executa na manhã desta terça-feria, 10, mandado de busca e apreensão na sede da Hypera Pharma, em São Paulo. A diligência foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, relator dos inquéritos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), e mira pessoas próximas ao presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE).

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Nelson José de Mello, ex-diretor de Relações Institucionais da Hypera, antiga Hypermarcas, assinou um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da Repúblico e delatou repasses de cerca de R$ 30 milhões para parlamentares do MDB.

Além de Eunício, o delator citou os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e Eduardo Braga e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O Estado revelou o caso em junho de 2016. Os repasses, segundo Mello, teriam sido feitos por meio de dois lobistas, o empresário Miltom Lyra e o corretor Lúcio Bolonha Funaro.

A Hypera Pharma, em nota assinada pela assessoria de imprensa, confirmou nesta manhã de terça-feira, 10, que há operação de busca e apreensão no escritório da companhia em São Paulo 'para colher documentos relacionados à colaboração do ex-diretor de Relações Institucionais da Companhia, Nelson Mello'.

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A ação é feita dentro da Operação Tira-teima, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga pagamentos de vantagens indevidas, por partes de um grupo empresarial a políticos, para obter benefícios em medidas de interesse do grupo econômico.

A ação foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, que ordenou oito mandados de busca e apreensão em São Paulo, Goiânia e Fortaleza, cumpridos por 40 agentes da PF. Os alvos são pessoas supostamente ligadas ao senador Eunício Oliveira (MDB), presidente do Senado.

Eunício é investigado no STF com base na delação do ex-diretor de Relações Internacionais da Hypermarcas, Nelson Mello. Ele revelou ao Ministério Público Federal (MPF) que pagava propina a deputados e senadores do MDB. Disse ter repassado R$ 5 milhões para a campanha de Eunício ao governo do Ceará, em 2014, por meio de contratos fictícios firmados com empresas do grupo.

Na nota, a Hypera Pharma afirma que a companhia não é alvo de nenhum procedimento investigativo, 'nem se beneficiou de quaisquer atos praticados isoladamente pelo ex-executivo, conforme já relatado ao longo do ano de 2016 em vários comunicados'.

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