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Deputado "tatuado" é recebido por Temer, diz que confusão na Câmara foi "legal" e nega assédio a jornalista

O parlamentar foi flagrado ontem pedindo um "nude" de uma mulher por meio do WhatsApp

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Por Carla Araujo e Dida Sampaio
Atualização:
 Foto: Estadão

Brasília, 3/8/2017 - O deputado Wladimir Costa (SD-PA), que fez uma tatuagem no ombro escrito "Temer", mostrou disposição em se aproximar mesmo do governo. Hoje cedo, ele foi um dos parlamentares que bateu no gabinete presidencial e foi recebido pelo presidente Michel Temer "por 20 minutos". O encontro não consta na agenda do presidente, mas auxiliares de Temer confirmaram que o deputado esteve no terceiro andar, onde fica o gabinete. O deputado foi flagrado ontem pedindo um "nude" de uma mulher por meio do WhatsApp e também protagonizou um dos momentos de confusão na votação da denúncia por conta de um pixuleco.

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Na saída do encontro, Wladimir se contradisse ao afirmar que o presidente "vai para o enfrentamento" e vai também "pacificar a base". "Ele está muito entusiasmado, feliz, falou dos projetos do país, das reformas (...) que não vai se intimidar e que vai para o enfrentamento", afirmou, destacando que desde ontem Temer já tem agradecido o apoio do Congresso. "Ele está muito feliz, vai se reunir com a base e pacificar mesmo os que votaram contrário. Ele não é hipócrita. É estrategista nato, vai pacificar e vamos nos unir para votar matérias importantes", completou.

Wladimir disse ainda que levou o pixuleco - boneco inflável com a caricatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso - ontem para a sessão porque sabia que o "pessoal do PT" também "vinham pra cima". "Eu tinha umas reservas", afirmou. Ao comentar a confusão na sessão por conta do boneco, o deputado afirmou que o PT gosta de fazer "oba-oba", mas "não gosta do contraditório". "Mas foi legal, foi uma festa da democracia", disse. Oposicionistas queriam pegar o boneco e o tumulto começou. O pixuleco foi esvaziado após ser mordido pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

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Assédio. O deputado tentou justificar o fato de ter sido flagrado trocando mensagens em que pedia para uma jornalista enviar fotos suas nuas. Segundo ele, a jornalista estava insistindo para que ele tirasse a camisa e exibisse a sua tatuagem em Plenário. Wladimir disse que as mensagens não tinham "conteúdo sentimental ou erótico" e afirmou que tirar a camisa na Câmara seria uma "palhaçada". "Como é que vou tirar a camisa? Tenho que respeitar a familia brasileira", afirmou.

Segundo Wladimir, ao explicar para jornalista que não tiraria a camisa na sessão ele respondeu que se ela achava que esse era o perfil de profissional correto de uma jornalista que ela então deveria mostrar "o bumbum, as pernas, mostra tudo". "Não tem nada (de errado). Até porque o bumbum mais bonito que existe para eu ver está la em casa e é da Amanda, minha esposa", disse.

Tatuagem. Wladimir reafirmou que vai fazer uma nova tatuagem com o rosto do Temer na costela, escrito que o presidente é "o maior estadista do Brasil". "Vai ser sem a Marcela (Temer), colorida, bem bonita", disse.

Apesar de especialistas afirmarem que a tatuagem feita em seu ombro não é definitiva, o deputado disse que ela está "linda, maravilhosa e um pouco dolorida". Segundo ele, o borrão na imagem foi porque ele se mexeu um pouco na hora. "Tem que mandar consertar, eu tava meio bebado, já comemorando antecipadamente a vitória do presidente e me mexi um pouco."

Logo depois das declarações, já na saída do Planalto, o deputado deixou cair um dinheiro e brincou com a câmera da reportagem: "Deputado ta tão pobre que só cai nota de R$50".

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