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Yeda quer empréstimo de US$ 500 mi para alongar dívidas

O Rio Grande do Sul deve cerca de R$ 5 bilhões a credores estrangeiros por conta de programas de investimento, de um endividamento total de R$ 33 bilhões

Por Agencia Estado
Atualização:

Ao fazer um balanço esta manhã dos primeiros cem dias de administração, o governo gaúcho divulgou que pretende buscar pelo menos US$ 500 milhões de financiamentos para alongar sua dívida com organismos internacionais. O Rio Grande do Sul deve cerca de R$ 5 bilhões a credores estrangeiros por conta de programas de investimento, de um endividamento total de R$ 33 bilhões. O objetivo é amenizar a pressão mensal de desembolsos com esses compromissos, que deve aumentar entre 10% e 15% em 2008, explicou o secretário da Fazenda, Aod Cunha de Moraes Júnior. Os contratos internacionais representam desembolso entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões por mês, dos R$ 150 milhões a R$ 200 milhões que o Estado destina ao pagamento de dívidas. O alongamento sozinho não seria suficiente para aliviar o fluxo de caixa, admitiu o secretário, mas combinado com outras ações poderá liberar recursos para resolver problemas crônicos como o financiamento de inativos. O ideal seria uma operação de US$ 1 bilhão, conforme o secretário. Até agora, o Banco Mundial é a possível fonte de recursos citada pelo governo, que espera discutir com o Palácio do Planalto um sinal positivo para prosseguir em negociações. Neste caso, o prazo de financiamento ficaria em torno de oito anos. Como este tipo de contrato precisa de aprovação do Senado, o governo federal terá de dar seu aval, descreveu Cunha. O objetivo do governo gaúcho é obter o aval da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) condicionado à melhora de indicadores do Estado, que vive crise financeira e pagou parte da folha salarial de março em abril. Revisão de metas Técnicos da STN estão no Rio Grande do Sul esta semana para uma revisão de metas de desempenho, conforme o secretário. O governo gaúcho pediu a antecipação do trabalho de maio para abril. Na próxima semana, técnicos do Banco Mundial devem viajar ao Estado. A governadora Yeda Crusius (PSDB) disse que vai discutir a questão em audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ainda não tem data marcada. Além de esperar um sinal positivo para começar a busca por financiamento, Yeda vai levar a Mantega o pedido de ressarcimento por obras em rodovias federais ao longo de vários anos, que chegaria a R$ 1,8 bilhão em valores atualizados, e de uma compensação para a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) pelo fato de não ter incluído o custo dos inativos no cálculo da tarifa, o que gerou ação judicial. A audiência com Mantega deve ocorrer somente depois que for feita uma reunião preparatória do secretário da Fazenda com o secretário do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy, o que não será possível nas próximas duas semanas por causa das agendas de ambos. Se não contar com recursos adicionais nos próximos quatro meses, o governo não pode garantir que não haverá novos atrasos no pagamento do funcionalismo, conforme Yeda. "Estamos fazendo todo o possível para honrar a folha no mês, mas sem dúvida é preciso que os créditos cheguem de forma mais rápida", avaliou. Ela não espera, no entanto, novos recursos federais. "Depende do Estado incrementar a previsão conservadora de receita", disse Yeda. "Não se espera, no primeiro semestre, investimentos do governo federal que faltaram nos últimos anos", complementou.

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