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Yeda diz que RS deve zerar déficit público em 2008

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Por Sandra Hahn
Atualização:

Ao anunciar hoje que o Estado conseguirá zerar seu déficit este ano, antecipando a meta programada para 2009, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), aproveitou o discurso para fazer novo desagravo aos secretários que deixaram a administração após a pior crise política que enfrentou, no começo de junho. "Na época, o governo caiu", disse Yeda, antes de comemorar os resultados do ajuste fiscal. A fórmula que permitiu ao governo prever contas equilibradas ao final do ano contemplou corte de 30% nas despesas de custeio desde 2007, controle da folha de pagamento e medidas para elevar arrecadação combinadas com crescimento econômico do Estado. No começo do ano, o governo estimava um déficit orçamentário de R$ 600 milhões em 2008. Há cerca de 20 dias, a Fazenda já calculava a redução do déficit para aproximadamente R$ 200 milhões. Em outubro, faltaram R$ 26 milhões para que as contas estivessem no azul. De acordo com a Fazenda, o Estado apresenta déficit há 37 anos. Apenas no principal imposto cobrado pelo Estado - Imposto sobre Circulação Mercadorias e Serviços (ICMS) -, a arrecadação gaúcha cresceu 23,5% em termos nominais e 17% reais (descontada a inflação) entre janeiro e outubro, para R$ 12,7 bilhões, em comparação ao mesmo período de 2007. O secretário da pasta, Aod Cunha de Moraes Júnior, reconheceu que o aumento da arrecadação ajudou no esforço fiscal do governo, mas ressaltou que a redução de despesas superou as metas fixadas em 2007 e 2008. "Hoje o Rio Grande do Sul pode comemorar um Estado equilibrado", afirmou Yeda, acompanhada, na platéia, pelo presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, que viajou ao Estado para o evento, junto com outros dirigentes tucanos. Antecipando-se às eventuais críticas por ter tentado duas vezes elevar impostos dentro do esforço de ajuste fiscal, que foram barradas pela Assembléia, e mesmo assim conseguido cortar o déficit, Yeda disse que se as alíquotas tivessem sido elevadas, como pretendia, "não teria sido necessário atrasar os salários dos servidores do Executivo". ''Imensa falta'' Ao lamentar a saída de assessores "que se viram forçados" a deixar o governo, aos quais dirigiu agradecimento especial, disse sentir "imensa falta deles". Em junho, Yeda já havia feito homenagem "aos que tombaram" em razão da crise, quando anunciou substitutos. A crise foi agravada por conversa registrada pelo vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM) com o então chefe da Casa Civil, Cezar Busatto (PPS), tornada pública em sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Na conversa, Busatto abordava o financiamento de campanhas com uso de estatais. Na própria CPI, disse ter sido "impreciso" e, por isso, gerado "mal-entendidos". Yeda também abordou, em discurso, desgastes com a CPI que considerou "sem regras" e "a sombra da dúvida que alguns quiseram fazer pairar sobre a imagem da governadora", numa referência ao pedido de investigação de PSOL, PV e PT sobre a compra da casa em que mora, operação feita em dezembro de 2006, antes de tomar posse no cargo. "Tive a compreensão da minha família durante esse período, que cobrou um alto preço da pessoa pública Yeda", avaliou.

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