Yeda criará órgão de controle para combater corrupção

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Por Elder Ogliari
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A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), vai criar uma secretaria especial para acompanhar qualquer denúncia de irregularidade que venha a ser feita contra órgãos públicos, articular as investigações, cobrar e tornar públicos os resultados. O anúncio foi feito hoje, um dia depois da aprovação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que confirmou um desvio de R$ 44 milhões da autarquia. A nova estrutura, seus integrantes e funcionamento serão definidos nos próximos dias. Segundo Yeda, a tarefa será a de articular a troca de informações entre órgãos de controle interno e externo do governo com a finalidade de apurar qualquer indicativo de desvio de dinheiro. "Hoje a Cage (Controladoria e Auditoria Geral do Estado), o Tribunal de Contas e o Ministério Público (MP) já fazem isso de modo exemplar, mas isoladamente", afirmou. "Mesmo assim, não bastou para barrar na origem as fontes tradicionais de desvio de dinheiro público", disse ela, em referência à fraude no Detran. Além de acompanhar e oferecer subsídios às investigações, a secretaria também vai criar um portal da transparência para disponibilizar ao público os números do governo e expor o andamento de investigações. Na segunda-feira, a governadora deve apresentar a carta-compromisso elaborada pelo grupo de transição, montado durante a crise política provocada pela CPI do Detran. Funcionários com cargos de chefia e partidos aliados devem assinar o documento prometendo publicamente evitar irregularidades nas repartições que dirigem. Relatório paralelo Derrotada pelos demais participantes da CPI do Detran na tentativa de responsabilizar a governadora Yeda Crusius (PSDB) por omissão diante da fraude do Detran, a bancada do PT encaminhou ao Ministério Público de Contas uma representação pedindo a investigação de pessoas que tem foro privilegiado e foram citadas por alguns dos participantes do esquema. O documento foi entregue hoje pelo deputado estadual Fabiano Pereira ao procurador Geraldo Da Camino. O Palácio Piratini trata a atitude do PT como tentativa política de manter em evidência temas já tratados pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e pela própria CPI do Detran, sem que houvesse acusações contra integrantes do primeiro escalão do governo gaúcho.

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