Wizard nega ‘gabinete paralelo’ em fala inicial e fica em silêncio na CPI

Investigado pela comissão, empresário diz que segue orientação dos advogados, com amparo da decisão do ministro Barroso que lhe garantiu direito de não produzir provas contra si

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Foto do author Amanda Pupo
Foto do author Daniel  Weterman
Por Amanda Pupo (Broadcast) e Daniel Weterman
Atualização:

BRASÍLIA –Em fala inicial na CPI da Covid, o empresário Carlos Wizard negou que tenha participado ou tenha conhecimento do chamado “gabinete paralelo” do presidente Jair Bolsonaro em assuntos sobre a pandemia de covid-19. Ele afirmou também que nunca fez “qualquer movimento” para a compra de medicamentos para enfrentamento à covid ou financiamento de comunicação sobre o tema. Logo após as afirmações, Wizard comunicou aos senadores que, com amparo na decisão do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ficará em silêncio durante o resto da oitiva.

“A minha disposição de servir o País, combater a pandemia e salvar vidas faz com que seja acusado de pertencer a um suposto gabinete paralelo, afirmo que jamais tomei conhecimento de qualquer governo paralelo. Se porventura esse gabinete paralelo existiu, eu mais tomei conhecimento ou tenho informação a respeito. Jamais foi convocado, abordado, para participar de qualquer gabinete paralelo, é mais a pura expressão da verdade”, afirmou Wizard, que alegou ainda não ter tido qualquer encontro particular com o presidente Jair Bolsonaro.

O empresário Carlos Wizard durante depoimento à CPI da Covid Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Sobre o tratamento precoce, que não tem eficácia comprovada para tratar a covid-19, Wizard alegou que, no início da pandemia, havia uma “compreensão sobre o uso de alguns medicamentos”, mas que com o passar do tempo e aprofundamentos dos estudos, hoje existem “posições contrárias” a esse método. “Atualmente há posições contrárias ao tratamento preconizado no passado, a despeito da conduta médica adotada, a ciência compra que a vacinação é elemento essencial para controle da pandemia, sempre apoie a imunização, a ponto de querer doar vacinas ao povo brasileiro”, disse.

Ele negou também que tenha participado de tratativas de aquisição da vacina Convidecia, do Laboratório CanSino. “A imunização de rebanho é outro tema que escapa aos domínios do meu conhecimento. Esclareço por fim que não fiz qualquer movimento para compra de medicamentos para combate da covid-19 e nem tampouco financiei qualquer espécie de comunicação nesse sentido, inclusive a empresa Belcher em nota pública declara expressamente não ter qualquer vínculo de minha parte na tratativa da aquisição das vacinas Convidecia”, afirmou ele.

Logo após essas afirmativas, comunicou aos senadores que ficará em silêncio. “Por fim, feitos esclarecimentos, por orientação dos meus advogados e em conformidade doravante vou permanecer em silêncio”, disse.

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