Wilson e a quebra de decoro no Senado

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Por Agencia Estado
Atualização:

Nos últimos anos, o senador Carlos Wilson (PPS-PE) que vai decidir o destino político dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) mudou muito a sua opinião sobre quebra de decoro. Em 1985, em caso grave de violação de votação, Carlos Wilson considerou que "censura escrita" era uma punição suficiente para os quatro deputados-pianistas - Homero Santos, Ronan Tito, Fernando Bastos e Albino Coimbra - que foram flagrados votando em lugar de outros parlamentares. Agora ele defende a punição máxima para os senadores que violaram o painel, mesmo que o ato não tenha influenciado no resultado final da votação que levou à cassação do ex-senador Luiz Estevão. Designado relator do processo que propõe a representação para abertura de processo na Mesa Diretora do Senado por quebra de decoro contra os dois senadores, Carlos Wilson alega que a situação passada era muito diferente pois, naquela época, não existia Conselho de Ética e nem houve investigação como agora. Depois de integrar a turma do poire, grupo de políticos ligados ao deputado Ulysses Magalhães, que tinha costume de se reunir para tomar licor de pêra em um tradicional restaurante de Brasília, Carlos Wilson, 51 anos, foi para o PSDB e, depois, para o PMDB. Filho do ex-deputado Wilson Campos, o senador pernambucano aprendeu desde cedo a ter habilidade na política. Diante da missão, terá de aplicar as lições que aprendeu ao longo da vida, ao julgar o futuro de um antigo aliado. Amigo de Luiz Eduardo Magalhães, Carlos Wilson continuou a freqüentar a casa de Antonio Carlos Magalhães, mesmo depois da morte do deputado.

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