Web é essencial para eleição, diz estrategista de Obama

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Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

O estrategista da campanha online do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Ben Self, avaliou hoje a internet como uma ferramenta fundamental em qualquer processo político na era pós-Obama. "Por que você entraria numa campanha sem todas as armas de que dispõe?", questionou. Self comparou uma campanha sem a rede mundial de computadores a uma sem televisão e disse não ver motivos para um processo eleitoral sem esse instrumento.O especialista afirmou não se sentir confortável para comentar as tentativas de restringir o uso da web nas eleições brasileiras. "Não sou expert em legislação. Apenas notei que, nos Estados Unidos, temos mais possibilidades de fazer propaganda nesse meio do que no Brasil", disse ele, após palestra no seminário O Efeito Obama, promovido pela Universidade George Washington (EUA), em São Paulo.Para Self, a internet deve ser usada, sobretudo, como uma "agregadora" de apoios ao sensibilizar os eleitores para que se engajem e ajudem a divulgar o nome de um candidato. Segundo ele, o desafio inicial da campanha de Obama foi criar uma lista de e-mails de todos os que participassem de algum evento do democrata para que se tornassem multiplicadores das informações sobre o candidato e, em última instância, doassem dinheiro para a candidatura. "A tecnologia não resolve todos os problemas de uma campanha, não torna interessante alguém desinteressante. A tarefa fundamental é descobrir qual é a paixão das pessoas para, assim, fazê-las ter interesse pelo debate político."Self afirmou que o apelo emocional contribui para engajar os eleitores em torno de um candidato, influenciando até mesmo o volume de doações individuais. Ele deu o exemplo da campanha de Obama que, com vídeos de depoimentos de apoiadores, levou mais pessoas a procurar os comitês de mobilização. "Havia vídeos claramente emocionantes, que fazem as pessoas se engajarem, contarem para os amigos."Redes Para ele, ao usar redes sociais, como o Orkut e o Twitter, os candidatos devem se preocupar menos com o número de seguidores e mais em oferecer um bom conteúdo a eles e levá-los a acessar sites de campanha, onde há detalhes sobre a candidatura. Self lembrou a importância de desmentir boatos propagados pela internet e citou como exemplo de estratégia a criação de um espaço no site de Obama com a lista de rumores e, em seguida, a apresentação dos "fatos" sobre o assunto. "Você volta para onde começaram os rumores e os corta ali mesmo", explicou.

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