BRASÍLIA - Para justificar seu voto contra o impeachment, o senador Walter Pinheiro (sem partido-BA) disse que o processo se trata de um "julgamento político que deixa de lado a avaliação do erro cometido ou a agressão à Lei de Responsabilidade Fiscal". Ele frisou que a tramitação do processo foi "uma trajetória de bons debates", mas conduzir Michel Temer (PMDB) à Presidência é um "gol de mão".
"A admissibilidade transformou-se em um estágio de julgamento. Não é simplesmente abrir um processo. É condenar um a sair e entregar a outro um troféu para entrar", lamentou Pinheiro. Segundo ele, votar sim pela admissibilidade é "iludir" a população que "esta é só a abertura de uma jornada para a solução definitiva."
Antes de Pinheiro, falou o senador Dalirio Beber (PSDB-SC), posicionando-se favorável ao impeachment de Dilma. "A indignação e a frustração são sentimentos que pertencem aos que foram às ruas na maioria das cidades brasileiras, iludidos com a promessa de um País maravilhoso, e deram à presidente o direito de mais um mandato. Eles estão arrependidos".
Beber afirmou que está convencido da constitucionalidade do processo de impeachment e da ocorrência de crimes de responsabilidade praticados pela presidente. "Estou convencido de que Dilma não mais reúne credibilidade para enfrentar a crise, por isso voto a favor do prosseguimento do processo", declarou.