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Wall Street acompanha com tranqüilidade eleições no Brasil

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os analistas de Wall Street acompanham com tranqüilidade as próximas eleições presidenciais no Brasil, confiantes de que o aparente bom desempenho econômico do país e o consenso político sobre a forma de conduzir a economia conseguirão evitar maiores turbulências. Em um seminário organizado nesta quarta-feira em Nova York pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, o secretário do Tesouro do Brasil, Joaquim Levy, fez um resumo do bom momento econômico pelo qual, em sua opinião, atravessa o Brasil. O secretário destacou a queda nos níveis de endividamento, o aumento do superávit fiscal primário e o fato de que, mesmo em um ano eleitoral, a despesa pública não aumentou. "É claro que, em um ano eleitoral, a despesa pode ser antecipada", indicou Levy, que disse que isto se deve ao fato de, à medida que se aproximam as eleições, a legislação impede uma série de desembolsos nos cofres públicos, apesar de a despesa total anual não necessariamente aumentar. "Não achamos que a política gerar problemas", acredita William Landers, analista de investimentos da Merrill Lynch. Já Geoffrey Dennis, diretor de investimentos para a América Latina do Citigroup, crê que a tranqüilidade atual se baseia em dois fatores: o bom desempenho da economia brasileira e a pouca possibilidade que haja grandes mudanças na condução macroeconômica, independentemente de quem vença as eleições. Dificuldade para aprovar reformas Adam Weiner, analista de Oppenheimer Funds, disse que, embora haja dúvidas sobre quem vencerá as eleições, não há incerteza no mercado. Até agora, os dois principais candidatos às eleições de outubro parecem ser o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o prefeito de São Paulo, José Serra, do PSDB. O primeiro turno do pleito será realizado em 1º de outubro e, até agora, não há candidatos oficiais, embora o mais provável é que Lula concorra a um segundo mandato. Serra, por sua parte, deverá disputar a candidatura do PSDB com o governador de São Paulo, Gerardo Alckmin, que já manifestou abertamente seu desejo de concorrer à Presidência pelo partido. Para Weiner, os possíveis riscos para o mercado do pleito de outubro poderiam surgir da aparição de outro candidato com possibilidades de vitória, opinião compartilhada por Denis, que acha que outro fato com que poderia gerar nervosismo nos mercados seria uma pouco provável retirada de Lula da disputa pela reeleição. Weiner também alertou para o cenário posterior às eleições e para as possíveis dificuldades que Lula poderia enfrentar em um segundo mandato na hora de aprovar novas reformas, devido a um provável menor apoio por parte do Congresso. Denis também citou um possível aumento das taxas de juros nos EUA ou uma eventual queda do preço das matérias primas como possíveis perigos para o andamento da economia brasileira.

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