BRASÍLIA - Ao chegar na manhã desta terça-feira, 19, a seu gabinete, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pode colocar em votação a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na segunda semana de agosto. "Na primeira semana acho difícil, mas a partir da segunda é possível. Eu só não quero dar data porque se não tiver quórum vocês vão ficar me cobrando que eu adiei a votação. Vamos ter uma noção melhor na primeira semana de qual é o quórum, como é que vai se construir o quórum para se dar uma data objetiva", afirmou o parlamentar, em sua segunda entrevista coletiva do dia.
Maia teve um café da manhã com o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), com quem disputou a eleição para a presidência da Câmara, e com o líder do governo, André Moura (PSC-SE). Ao falar da união da base governista, o novo presidente da Casa afirmou que Rosso é uma pessoa conciliadora e que ambos têm o mesmo objetivo: mostrar que ninguém quer mais a Câmara parada e que todos querem voltar a produzir. "O objetivo é mostrar que estamos juntos, que somos da mesma base", completou.
A dificuldade em se ter um quórum adequado para a votação das propostas, segundo Maia, se deve ao fato de que, no dia 5 de agosto, um sábado, termina o período de convenções partidárias para a escolha de candidatos e definição de candidaturas com vistas às eleições municipais. Outro fator que deverá motivar a ausência dos parlamentares são os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com data de abertura no mesmo dia.
Maia quer organizar um almoço na segunda-feira com líderes partidários e voltou a repetir que pretende garantir a realização de sessões três vezes por semana no próximo mês (segundas, terças e quartas-feiras). "O importante é ficar claro que a gente não quer reduzir o número de dias, o que a gente quer é garantir a produtividade", insistiu.
Pré-sal. Segundo ele, a expectativa também é de que na primeira quinta-feira de agosto seja realizada uma Comissão Geral para discutir o projeto polêmico que retira a obrigatoriedade de atuação da Petrobrás como operadora única de todos os blocos contratados pelo regime de partilha de produção em áreas do pré-sal. O presidente da Câmara voltou a ressaltar também que caso a equipe econômica do governo envie, no segundo semestre ao Congresso, proposta prevendo aumento de impostos, não deverá colocá-la para votação. "As famílias e as empresas estão muito endividadas. Acho que as pessoas já estão dando a sua contribuição no pagamento de impostos. As pessoas não têm mais condição de fazê-lo neste momento", disse. No início de agosto, quando as atividades serão retomadas no Congresso a pauta do plenário da Casa deverá estar trancada por ao menos cinco medidas provisórias.