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Volta às aulas divide alunos da UFRJ

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Por Agencia Estado
Atualização:

Após três meses de greve, alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ouvidos pelo Estado estão divididos quanto à possibilidade de reinício imediato do período letivo. Na quarta-feira, professores da UFRJ, a maior da entidade federal de ensino superior, aprovaram em assembléia um indicativo de saída da greve, decisão submetida ao comando nacional de paralisação. No entanto, mesmo sem uma orientação oficial, professores de algumas unidades já voltaram às aulas. Aluna do 5.º período de belas artes, Júlia Traub Csekö, de 20 anos, defende a anulação do período letivo. "Acho um erro voltar com as aulas no fim do ano. O período deveria ser totalmente anulado, recomeçando do zero no ano que vem", disse, reassaltando que algumas pessoas podem ser prejudicadas, mas seria a decisão "menos complicada". "Com certeza vai ficar tudo mal feito, ninguém vai aprender nada. Todo mundo que eu converso diz que vai trancar a matrícula", diz ela. A anulação do período, medida que não está prevista no estatuto da universidade, seria a "pior coisa possível", na opinião de Tiago Lethbridge, de 22 anos, do 6.º período de Comunicação. "Sou a favor de voltar o quanto antes. Cancelar é pior do que ficar estudando durante o verão, vai atrasar tudo. Qualquer coisa é melhor do que perder o período", diz ele, referindo-se aos meses em que deverá ocorrer a reposição das aulas. Cássia Lores, de 19 anos, aluna do primeiro período de Fisioterapia, considerou um "alívio" o fim da greve - na Faculdade de Medicina, as aulas recomeçaram parcialmente nesta semana. Ela temia não poder terminar o curso em quatro anos. Para Maíra Manan, de 21 anos, do 4.º período de Psicologia, os professores falharam. "Foi uma sacanagem com os estudantes. Eles resolveram voltar sem receber nada em troca. Estamos sem laboratório e não haverá nenhuma melhoria na faculdade com o reinício das aulas." O coordenador de ensino da Faculdade de Farmácia da UFRJ, Jorge Fernando Soares, divulgou nota informando que sua unidade permanece em greve, esperando a próxima assembléia de professores, marcada para terça-feira, apesar da informação de que alguns setores já haviam retomado suas atividades. Na nota, ele diz que a reposição integral das aulas só será feita após a elaboração de um novo calendário pelo Conselho de Ensino de Graduação da UFRJ, o que só vai acontecer após o término oficial da paralisação. A professora Cleusa Santos, vice-presidente da seção sindical dos docentes da UFRJ, esclareceu que não se referia à reitoria quando disse ao Estado, em matéria publicada ontem sobre a aprovação do indicativo de saída da greve, que houve um comparecimento maciço de professores que raramente vão às assembléias. "Daí a dizer que isso seria fruto da manobra de pessoas ligadas à reitoria vai uma distância muito grande", disse ela.

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