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Viúva de Robert Kennedy ouve sem-terra em Recife

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Por Agencia Estado
Atualização:

Relatos sobre a violência no campo e o dia-a-dia de tensão e constantes ameaças vivido por trabalhadores sem-terra em alguns acampamentos do Estado foram feitos nesta sexta-feira, no Recife, por integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) à viúva do senador norte-americano Robert F. Kennedy, Ethel Kennedy, dirigente do memorial que leva o nome do seu marido e defende os direitos humanos. À frente de uma comitiva de nove pessoas, Ethel, de 77 anos, chegou nesta quinta-feira ao Brasil, vai neste sábado a algumas áreas de conflito agrário na Paraíba e, no início da próxima semana, encontra-se com o presidente Lula, em Brasília, para recomendar soluções para a violência contra o trabalhador e cobrar desapropriação de áreas para a reforma agrária. No início dos anos 60, o senador, assassinado em 1968 durante campanha eleitoral em seu país, veio a Pernambuco preocupado com as Ligas Camponesas, que lutavam por reforma agrária, e com a possibilidade de o País se transformar em uma nova Cuba. ?Hoje, O Memorial Robert F. Kennedy vem questionar um presidente de esquerda, porque ele não está fazendo reforma agrária?, comentou a coordenadora da CPT, Marluce Melo, que entregou à comitiva um dossiê sobre os números da violência no Estado. De 1995 a 2002, 235 sem-terra foram presos, 932 conflitos foram registrados e 17 trabalhadores foram assassinados em Pernambuco, que, em toda a sua história de luta pela terra, teve um total de 11 mil famílias assentadas. O Memorial RFK premia anualmente um ativista social. Em 2001 foi premiado o brasileiro Darci Frigo, advogado paranaense que fundou a Rede Nacional de Advogados Populares (Renap). De acordo com o diretor do Memorial, Todd Howland, a entidade busca dar apoio ao trabalho dos premiados, conhecendo a realidade do país, fazendo recomendações aos dirigentes e pressionando por soluções nos fóruns internacionais.

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