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Viúva de Glauber Rocha terá direito a pensão do Estado

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Por ELIANA LIMA
Atualização:

A reunião da 37ª Caravana da Anistia do Ministério da Justiça, realizada hoje, em Salvador, decidiu por unanimidade conceder reparação econômica ao cineasta baiano Glauber Rocha, como forma de anistia política, conforme pleiteado pela família do artista, falecido há 29 anos. A indenização se deve à perseguição e exílio políticos que sofreu no período da ditadura militar. Conforme a decisão dos quatro conselheiros que apreciaram o processo, a beneficiada é a viúva de Glauber, Paula Gaettan, que passa a ter direito a uma pensão mensal no valor de R$ 2 mil, além de uma indenização retroativa a 2001, estimada em R$ 234 mil. O julgamento do processo se realizou no Teatro Vila Velha, no centro da cidade. O processo foi iniciado pela filha do cineasta, Paloma Rocha, em 2006. Segundo os autos, Glauber Rocha foi alvo de perseguição e censura por causa da criação de seus filmes, na década de 60. Defendendo a concessão da indenização, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, destacou a importância da produção de Glauber para a cultura brasileira. Ressaltou também as dificuldades enfrentadas pelo cineasta durante o período do exílio - na década de 70, por ocasião do recrudescimento do regime militar - quando esteve impedido do exercício da sua atividade artística no Brasil. Durante a sessão, que foi aberta ao público, foram exibidas cenas de filmes que notabilizaram o cineasta baiano, além da realização de um ato do Bando de Teatro Olodum, que faz parte do Vila Velha. Glauber Rocha nasceu na cidade de Vitória da Conquista, sudoeste baiano, em março de 1939. Começou suas atividades artísticas, com audiovisual em 1959, embora tenha iniciado os estudos superiores na Faculdade de Direito da Bahia. Pouco tempo depois, porém, desistiu do Direito para dedicar-se à atividade jornalística, com foco no cinema.Entre os seus filmes mais conhecidos estão "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964), "Terra em Transe" (1967) e "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" (1969). Gláuber morreu em agosto de 1981, vítima de septicemia, no Rio de Janeiro.

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