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Virgílio critica reação de Lula e Garotinho à invasão

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro Arthur Virgílio, da secretaria-geral da Presidência da República, criticou nesta terça-feira à tarde a reação dos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva e Anthony Garotinho sobre o episódio de invasão da Fazenda Córrego da Ponte, da família do presidente Fernando Henrique Cardoso. Para o ministro, a reação de Lula foi pífia. "O Lula não combateu a atitude do MST com energia, não disse que era selvageria", afirmou Virgílio. "Será que essas pessoas, capazes de banditismo, iriam sentar à mesa dele para tratar de reforma agrária?", questionou. Para Virgílio, a invasão feita pelo MST, que classificou como selvageria, seria caso de ruptura para o PT. Em relação a Anthony Garotinho, Arthur Virgílio disse: "Parece que não saiu da creche". Para o ministro, faltaram aos dois indignação e bom senso. E definiu: "Democracia não é um regime que não reprime. Democracia é o regime que até reprime para garantir a liberdade, como acontece aqui, no Japão, no Estados Unidos, na França, na Áustria, em qualquer lugar do mundo, onde quem transgride a lei é punido". O ministro criticou também as declarações de Gilmar Mauro, um dos coordenadores do movimento. "Os invasores se dizem os revolucionários. Imaginam que no Brasil cabe um regime esdrúxulo, atrasado, ilegítimo e calhorda, como o das Farc ( Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Aqui não cabe um regime como o das Farc não. Aqui temos uma democracia consolidada", enfatizou. Ele afirmou que o líder do MST, Renato Rainha, comparou o movimento ao PCC. "Isto mostra que o MST virou uma entidade criminosa", salientou. Sobre as críticas do presidente do STF, Marco Aurélio Mello, ao fato de os integrantes do MST terem sido algemados e obrigados a se deitar no chão, respondeu: "A relevância no caso não era se as pessoas que estavam presas estavam deitadas, de pé, de lado ou no chão. O relevante é que tem que haver punição rigorosa à ousadia que atinge a todos e à democracia. O acessório não pode superar o essencial. Ou eles sairiam dali punidos, ou o governo sairia desmoralizado. Portanto, esta discussão se a Abin falhou ou não é mero detalhe". Arthur Virgílio afirmou ainda que, com tal episódio, o presidente perdeu o bom humor, já que sua privacidade foi invadida. "Foi uma tentativa de abalar o poder do presidente e a democracia", afirmou.

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