Violência no Rio pode ter conotação política, diz governo

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Por Agencia Estado
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A governadora Benedita da Silva (PT) dará entrevista coletiva ainda hoje no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, para comentar o fechamento de escolas, universidades, shoppings, bancos e comércio da cidade, supostamente por ordem de traficantes de drogas. Em entrevista por telefone ao jornal da Rede Globo, RJTV, ela insinuou que haveria uma "onda orquestrada" e disse considerar "estranho que todas as escolas municipais estivessem fechadas a partir das 7 horas". A Secretaria da Segurança suspeita que o incidente tenha "conotação política". O prefeito Cesar Maia (PFL) reagiu dizendo que o governo "perdeu o controle" e que "o Rio não tem governo". No colégio Pedro II, unidade Engenho Novo, na zona norte, os alunos foram orientados a voltar para casa durante o recreio, por causa de um telefonema recebido pela direção. As aulas chegaram a ser retomadas, mas após nova ameaça o funcionamento no turno da manhã foi suspenso. No turno da tarde a escola permanecerá fechada. No tradicional colégio particular Santo Inácio, em Botafogo, na zona sul, mães esperam por seus filhos apavoradas. "Não tem condição alguma das crianças ficarem aqui", disse a dona de casa Sônia Novaes, 46 anos, mãe de três alunos do Santo Inácio. Na Universidade Estácio de Sá, no Rio Comprido, zona norte, não houve aulas hoje. A reitoria ficou com medo porque ocorreram três explosões no início da manhã, possivelmente de morteiros. Seis pessoas, acusadas de espalhar boatos de terror, supostamente a mando de traficantes, foram presas hoje de manhã e encaminhadas à Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). O chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, acredita que não há motivo para pânico na cidade e recomenda que os comerciantes voltem a abrir suas lojas. "Não tivemos qualquer fato concreto que explicasse o motivo de a população estar nesse estado de medo. Estamos levando uma mensagem de tranqüilidade porque a população pode confiar nas suas polícias", disse Teixeira. Parte das lojas dos bairros da zona sul, (Botafogo, Leme, Copacabana, Ipanema, Laranjeiras e Leblon) foram fechadas logo de manhã cedo. Comerciantes da região dizem que é a primeira vez que isso acontece.

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