Violação da conta de caseiro partiu de um laptop em SP

A informação foi divulgada pela CEF onde o Francenildo tem a conta que teve o sigilo quebrado ilegamente

Por Agencia Estado
Atualização:

A Caixa Econômica Federal informou que já identificou o computador, um laptop que estava em São Paulo, a partir do qual foi violado o sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. O laptop, que estava com um gerente, já foi lacrado na frente da Polícia Federal em São Paulo e já remetido para Brasília. A Caixa divulgou nota esclarecendo o episódio. Num dia de muito tumulto e nenhum avanço nas investigações, um dos dois autores da quebra ilegal do sigilo do caseiro também desapareceu da cidade e o outro, embora intimado, não apareceu para depor. Apesar da notícia de que a máquina reapareceu em São Paulo, a Polícia Federal quer saber quem retirou a prova do local do crime, por que retirou e se o equipamento foi violado. Diante das dificuldades, a PF vai intimar novamente o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, que faltou à primeira convocação, anteontem. Se ele não aparecer de novo, pode ser trazido sob coação. Por meio dos advogados, Mattoso tentou cancelar a segunda intimação, alegando que já eram suficientes os esclarecimentos prestados hoje à PF pelo gerente de Segurança de Informação da Caixa, Delfino Natal de Souza, acompanhado do presidente da Comissão de Sindicância que apura o caso na Caixa, Marco César Cazali, e dos advogados Jailton Zanon da Silveira e Elton Nobre de Oliveira. Mas a PF não aceitou a explicação e insistiu em marcar nova data para o depoimento na próxima semana. Irritação Por não ter certeza da culpa, a PF recuou hoje da decisão de divulgar os nomes dos dois principais suspeitos pela violação ilegal do sigilo bancário do caseiro. A precaução foi adotada, conforme explicou a assessoria da PF, para preservar o direito constitucional à intimidade, ao contraditório e à ampla defesa. Em meio ao emaranhado de dúvidas, chegou hoje à PF a versão de que a sindicância da Caixa já teria chegado ao nome do dirigente, ocupante de um alto posto na instituição, que determinou aos dois subordinados a retirada dos extratos da conta de poupança do caseiro. A atitude pode custar ao dirigente processo por vários crimes, além da demissão a bem do serviço público, se ele for do quadro. A PF acha que há outras pessoas do governo envolvidos, dentro e fora da Caixa e quer levantar toda a rede de conivência. A demora da Caixa em entregar e a da PF em concluir a identificação dos culpados pela quebra ilegal de sigilo da conta do caseiro está irritando o Congresso Nacional e particularmente a CPI dos bingos, que enviou ofício ontem ao delegado cobrando explicações. O delegado que preside o inquério da PT, Rodrigo Carneiro Gomes, prendeu-se a um detalhe técnico - o ofício era assinado pelo secretário administrativo da comissão, e não pelo seu presidente - para não fornecer os dados pedidos. Íntegra da nota da CEF "A CAIXA, a respeito do caso de divulgação indevida de informações sobre conta do cliente Francenildo dos Santos Costa, esclarece: O presidente da Comissão de Apuração esteve hoje na Polícia Federal e informou ao delegado responsável pelo inquérito de todos os procedimentos que levaram à identificação dos dois empregados que fizeram acesso indevido à conta do cliente acima citado. Foi elaborado um relatório técnico do processo de acesso à conta e da identificação do computador portátil (notebook) utilizado. A Comissão já enviara ontem (quinta-feira - 23/03) à Polícia Federal o relatório dos trabalhos realizados, com os "logs" do sistema comprobatório e os nomes dos respectivos empregados que acessaram a máquina identificada. Um técnico da CAIXA foi colocado hoje à disposição para informar e esclarecer aos peritos da Polícia Federal e a autoridade responsável os procedimentos adotados para a identificação dos envolvidos. Foi realizada uma visita dos peritos da Polícia Federal, nas dependências da CAIXA. Foram acompanhados por técnicos do banco para que a sistemática de apuração da comissão fosse demonstrada in loco, com todos os detalhes e procedimentos adotados pela área de segurança da informação para a realização da perícia interna. A CAIXA informa também, que continua à disposição da Polícia Federal para esclarecimento de todos os pontos que se fizerem necessários à investigação. A Comissão de Apuração esclarece ainda, que um dos empregados que acessou a máquina, encontrava-se em São Paulo, portando o seu computador portátil (notebook). O equipamento foi requisitado pela Comissão e entregue a unidade de auditoria da CAIXA em São Paulo, sendo lacrado e enviado, sob guarda de auditor, para Brasília, onde será imediatamente encaminhado ao delegado responsável pelo inquérito na Polícia Federal. A CAIXA reafirma que este foi um ato isolado, acontecendo fora das suas agências. A CAIXA está trabalhando de forma célere e responsável colaborando com as autoridades com o objetivo de elucidar todos os fatos."

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