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Vilma forjou gravidez antes de seqüestrar Pedrinho

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Por Agencia Estado
Atualização:

O delegado da polícia Hertz Andrade garante já possuir provas suficientes que apontam Vilma Martins como seqüestradora do garoto Pedrinho. Além da confissão informal da mãe adotiva, o delegado disse que uma irmã de Vilma teria contado em depoimento gravado que ela estava se separando do marido e teria tomado remédios para engordar e simular uma gravidez, na época do seqüestro de Pedrinho. A irmã também teria levantado a suspeita de que outras duas filhas de Vilma teriam sido ?obtidas da mesma forma que Pedrinho?. Essa irmã também garantiu que o pai adotivo desconhecia que o filho não era legítimo. Vilma teria ligado a ele e dito: ?vem buscar o nosso filho, que ele nasceu?. Outro irmão, em depoimento formal, confirmou ter trazido Vilma em janeiro de 1986 para Brasília. Segundo o depoimento, recolhido formalmente somente ontem à noite, Vilma pediu para que ele a deixasse nas imediações do Santa Lúcia. Quando voltou para apanhá-la, Vilma estava com um recém-nascido no colo e lhe explicou que ganhou o bebê de alguém no hospital. O irmão diz ter acreditado na versão. A informação contradiz declaração de Vilma de que não teria mais voltado a Brasília, depois de 1969. A cunhada teria dito aos delegados que ?D.Vilma já havia ligado para perguntar se haviam sido eles que tinham delatado o caso à polícia?. A Polícia também recebeu cópia de contrato de aluguel de uma casa no bairro Pedro Ludovico, afastado de Goiânia, assinado em 2 de fevereiro de 1986 por Vilma e o então marido, que morreu há três semanas. A proprietária da casa disse à polícia que lembra de Vilma com um bebezinho. Os dois quase não saiam de casa, durante o ano que permaneceram ali. Para o delegado, este era o prazo de que eles precisavam para ?despistar os vizinhos?. Uma outra testemunha também procurou a polícia, na segunda-feira, para dizer que reconheceu Vilma como a mulher que viu saindo do hospital abraçada a uma sacola branca, no dia do seqüestro. Ela identificou Vilma ao assistir a reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, em que Vilma acompanhava o reencontro do filho adotivo com seus pais verdadeiros, Jayro Tapajós e Maria Auxiliadora Rosalino Braule Pinto. ?Senti um frio na espinha?, revelou a testemunha, que tinha uma irmã internada no Santa Lúcia, no dia do seqüestro, e viu a mulher entrar em vários quartos de pais com bebês recém-nascidos. Agonia Ontem, depois de saber do rumo das investigações e do sumiço de Vilma com os filhos, Jayro Tapajós passou a se preocupar com a integridade física do filho. Ele não teme mais que a aproximação do filho seja prejudicada com a confirmação de que Vilma seja a seqüestradora. ?A relação começa pela verdade e se a verdade não servir, o que posso fazer?? Pela primeira vez, Tapajós também admitiu trazer o filho para casa, nem que seja por ordem de um juiz. ?Mesmo que passe um ano de cara amarrada em minha casa?, disse o pai, reconhecendo que, ao completar 18 anos, Pedrinho será maior de idade e poderá decidir sozinho seu destino. A Polícia Civil localizou Pedrinho, mais de 16 anos depois do seu desaparecimento, graças a uma denúncia anônima ao SOS Criança, três semanas atrás. Uma das primeiras preocupações de Vilma era saber se o processo resultaria em alguma punição para ela. O filho só aceitou fazer o exame de DNA depois de receber garantias de que o crime de seqüestro já estava prescrito. No entanto, Vilma poderá responder por falsidade ideológica por registrar Júnior como filho legítimo. A pena é de dois a seis anos. Mas a ordem de prisão precisa ser dada pela polícia de Goiás, local onde se deu o crime de registro falso.

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