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Vigilância Sanitária proíbe anticoagulante em São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Vigilância Sanitária do Estado proibiu o laboratório de manipulação Index Farmacêutica, de São Paulo, de fabricar e vender o anticoagulante heparina, após constatar que 25 pessoas que o tomaram foram vítimas de infecção causada por uma bactéria rara. A Vigilância concluiu que o Index estava armazenando a heparina, produzida pelo Laboratório Roche, de maneira passível de contaminação. Os 25 pacientes contraíram a infecção há cerca de dez dias ao receber injeções da substância no Hospital Sírio Libanês. Todos foram internados, na semana passada, no mesmo hospital, por iniciativa da direção. Diante do problema, o Sírio fez testes no anticoagulante e concluiu que a heparina estava contaminada pela bactéria Pseudomonas putida, que pode causar infecções generalizadas. Também enviou amostra da substância ao Instituto Adolfo Lutz para análise. O laudo deve sair em breve. Assim que detectou que duas pessoas atendidas estavam infectadas pela bactéria, o hospital começou a tratar os doentes e fazer testes em seus laboratórios. "Rastreamos imediatamente todos os pacientes que receberam a droga nos dias anteriores e começamos a tratá-los. Ao mesmo tempo, recolhemos todas as amostras do remédio e avisamos o laboratório e a Vigilância Sanitária, que, por sua vez, contatou os outros hospitais que compram a substância do Index", afirmou Fábio Gregori, diretor-clínico do Sírio Libanês. "Felizmente, todos os pacientes, oito deles crianças, foram tratados a tempo." Segundo o infectologista Eduardo de Medeiros, presidente da Comissão de Controle de Infecção do Hospital São Paulo, a Pseudomonas putida é uma bactéria presente em ambientes úmidos que pode ser transmitida por meio do contato com mãos ou objetos contaminados e "não costuma ser fatal, exceto em pacientes já debilitados imunologicamente". A maioria dos contaminados é de adultos e crianças em tratamento de câncer. "A substância pode ter sido contaminada durante o transporte, armazenamento ou até a aplicação", afirmou o gerente do Index, Luciano Hachul. "Se ficar constatado que o erro foi nosso, estamos preparados para arcar com as conseqüências." "Asseguramos a qualidade e a esterilidade dos nossos produtos. Nossa responsabilidade vai até aí", disse, por sua vez, a gerente de Relações Públicas do Laboratório Roche, Rita Castro.

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