Vieira da Costa é o novo secretário de Comunicação

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Por Agencia Estado
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Cria-se mais uma área de conflito no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso com a escolha de José Roberto Vieira da Costa para chefiar a Secretaria de Comunicação da Presidência. "Bob", como é mais conhecido, substituirá o secretário Andréa Matarazzo, nomeado embaixador do Brasil na Itália. A ligação pessoal e profissional de "Bob" com o ministro da Saúde, José Serra, alimentou a disputa no governo, despertando ciúmes nos aliados do governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), e até de pefelistas. Os aliados de Serra e os opositores do ministro fizeram lobby e intrigaram-se, mutuamente, durante toda a semana, na Esplanada dos Ministérios. O fato de o presidente Fernando Henrique Cardoso adiar a indicação do sucessor de Matarazzo contribuiu para alimentar as especulações. O novo secretário comandará um orçamento de cerca de R$ 176 milhões, no ano da campanha eleitoral para presidente, referente à publicidade a ser usada pelos ministérios. Se for incluída a administração indireta e as estatais, o orçamento sobe para R$ 600 milhões. Anteriormente, Fernando Henrique havia optado pelo jornalista José Abrão, secretário-executivo do Ministério da Reforma Agrária. Com a escolha, o presidente queria evitar aborrecimentos em 2002, ano eleitoral, em que candidatos ligados ao governo poderiam ser acusados de usar verbas nas campanhas. Pressionado por aliados de Serra, o presidente deixou de lado a indicação de Abrão, passando a cogitar o nome de "Bob". A indicação de "Bob" fortalece o grupo de Serra, que controla boa parte do segundo escalão do governo. A exemplo de José Abrão, "Bob" também é jornalista, e, atualmente, chefia a Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde. Na nova estrutura imaginada pelo governo, o secretário não terá status de ministro, como tinha Matarazzo. Mas a demora do presidente em anunciar, oficialmente, o nome de Bob preocupa os aliados. Nesta quinta, havia informações de que Fernando Henrique conversaria, primeiro, com Jereissati. A expectativa era de que o presidente aproveitaria a conversa, inicialmente prevista para saber do resultado da viagem dele aos Estados Unidos, onde fez um check-up, para falar com ele sobre a escolha de "Bob". FHC queria evitar que Jereissati fizesse novas críticas ao governo.

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