Vice-reitor também deve deixar cargo hoje

Alunos acusam Tufik de conivência com desvios e exigem sua saída

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Por José Maria Tomazela
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A crise na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que resultou no pedido de demissão do reitor Ulysses Fagundes Neto, acusado de gastos irregulares e uso indevido de cartões corporativos, terá um novo capítulo hoje. O vice-reitor, Sérgio Tufik, deve deixar o cargo numa reunião do conselho universitário da instituição. Ontem, o pró-reitor de Graduação, Luiz Eugênio de Mello, entregou carta de demissão a Tufik. Outros pró-reitores - Walter Albertoni, de Extensão, e Helena Nader, de Pesquisa e Pós-Graduação - também devem se demitir, assim como o chefe de gabinete Reinaldo Salomão. Tufik teria concordado em renunciar para possibilitar uma nova eleição para a reitoria, medida prevista no estatuto em caso de vacância dos cargos. Sua saída é pedida pelos estudantes, que o acusam de conivência com os gastos irregulares do reitor. Procurado, Tufik não atendeu a reportagem. A assessoria de imprensa da Unifesp informou que ele não iria se manifestar. Os estudantes querem mudanças também no conselho e ameaçam greve geral na universidade. O campus de Guarulhos está parado parcialmente desde segunda-feira. Em São Paulo, cerca de 50 alunos continuavam acampados diante do prédio da universidade, na Vila Clementino. Uma comissão percorre os outros campi, em Santos, Diadema e São José dos Campos, para tentar ampliar a paralisação. Segundo a escola, as aulas estavam normais. Tufik assumiu interinamente a reitoria desde as férias do ex-reitor, no início de agosto. De acordo com coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Tiago Cherbo, os alunos acreditam que ele sabia do mau uso dos cartões corporativos. O relatório dos técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) informa que Tufik deu autorização para despesas em 5 das 13 viagens internacionais feitas por Fagundes. Segundo o TCU, as viagens foram feitas para congressos de gastroenterologia pediátrica em benefício pessoal. PRAZO Nota dos estudantes acampados faz referência à "imensa crise" na instituição. "O reitor da Unifesp, Ulysses Fagundes Neto, vem sendo investigado há alguns anos. Ele foi acusado de ter utilizado a verba da universidade para fazer viagens internacionais não autorizadas, gastos com despesas pessoais, como hospedagens em hotéis de luxo na Europa, passeio à Disney, compra de cosméticos e materiais esportivos." Ainda segundo a nota, "atualmente o conselho universitário não representa de fato a comunidade acadêmica". Os estudantes exigem sua destituição. A administração da Unifesp informou que não iria se manifestar. O prazo previsto pelo Ministério da Educação para a escolha do novo reitor é de 60 dias.

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