Vice-procurador pede preparo de urnas para candidatura avulsa

MP Eleitoral requer ao TSE ‘providências’ para que eventual decisão do Supremo sobre o tema possa ser cumprida

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Por Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que prepare as urnas eletrônicas que serão usadas no próximo pleito para a possibilidade de candidaturas avulsas. Em despacho obtido pelo Estado, Jacques pediu providências à área técnica do TSE para que a Justiça Eleitoral “esteja preparada para o pronto cumprimento daquilo que vier a ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal” sobre o tema.

O vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO

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O ofício de Jacques foi endereçado ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes. Gilmar deixará a presidência da Corte Eleitoral no dia 6 de fevereiro – o ministro Luiz Fux, atual vice-presidente, assumirá o comando do tribunal. 

Em outubro do ano passado, o STF definiu que vai decidir se é constitucional a disputa na eleição de um candidato sem filiação partidária. Na época, o plenário da Corte reconheceu a repercussão geral de um recurso em que um cidadão recorreu de decisão que rejeitou sua candidatura avulsa à prefeitura do Rio nas eleições de 2006.

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“Reconhecendo a repercussão geral, teremos tempo de nos preparar, estudar e marcar um encontro com este assunto mais à frente”, afirmou na ocasião o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso. Barroso é atualmente ministro substituto do TSE e deverá ser efetivado como titular da Corte Eleitoral no próximo mês. Não há previsão de quando o plenário do STF se debruçará sobre o tema.

Pacto. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, é a favor da possibilidade de candidaturas avulsas. Em parecer enviado ao STF, Raquel sustentou que, com base no Pacto de São José da Costa Rica e por ausência de proibição constitucional, é possível haver candidaturas avulsas no sistema eleitoral brasileiro. O pacto, firmado na Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 e ratificado pelo Brasil em 1992, prevê a todos cidadãos “votar e ser eleito em eleições periódicas” e “ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país”.

No ano passado, o TSE encaminhou à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, um estudo em que alerta para os riscos do lançamento de candidatos sem vinculação partidária nas próximas eleições.

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“A regulamentação do sistema eleitoral está baseada na obrigatoriedade de que as candidaturas estejam vinculadas a partidos”, diz a nota do TSE, ressaltando que o horário eleitoral na TV e no rádio é calculado a partir do tamanho da bancada de cada partido na Câmara dos Deputados. 

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