14 de setembro de 2015 | 12h16
Brasília - Primeiro vice-presidente do PSDB, o ex-governador paulista Alberto Goldman defendeu publicamente que o seu partido permaneça na oposição caso a presidente Dilma Rousseff sofra um processo de impeachment e o vice Michel Temer (PMDB-SP) chegue à Presidência.
Em um texto publicado nesta segunda-feira, 14, em seu blog, Goldman afirma que, apesar de defender que o PSDB não faça parte do governo, o partido deve estar disposto a colaborar "com as medidas que possam tirar o País desse buraco em que o lulo-petismo nos meteu".
Para o tucano, "é evidente que o vice Michel Temer, pela sua movimentação e pela articulação de seus prepostos, se prepara para o afastamento da presidente", e o PSDB terá que discutir que posição adotar.
"A meu ver devemos ficar onde sempre estivemos, em oposição ao novo governo que deve assumir e que representa, como uma farsa, a continuidade do atual", disse, registrando que essa era apenas a sua opinião.
Antes tímidos em falar sobre o impeachment de Dilma, os tucanos levantaram publicamente essa bandeira na semana passada ao fazer parte do grupo que lançou uma frente suprapartidária em apoio à saída de Dilma. A declaração de Goldman mostra que o partido já começar a discutir internamente qual papel o PSDB deve adotar num eventual governo Temer. Há acordo de que a legenda teria de ajudar na "transição política" caso Dilma deixe a Presidência, mas divergências sobre se os integrantes da sigla devem assumir ou não cargos numa administração do peemedebista.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, já sinalizou a aliados que não gostaria que o partido indicasse nomes para a Esplanada. O mesmo sentimento tem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que nas últimas semanas começou a subir o tom contra o governo e o PT.
Por outro lado, nomes como o senador José Serra têm se aproximado do PMDB. Além de manter boa relação com Temer, o tucano paulista também tem sido um dos principais interlocutores do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
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