Em entrevista à TV Estadão nesta quinta-feira, 13, Lucas Albano (PMN), vice da candidata Soninha Francine (PPS) à Prefeitura de São Paulo, afirmou que votaria em José Serra (PSDB), caso a chapa não chegue ao 2ª turno. Em uma possível disputa entre Celso Russomanno (PRB) e Fernando Haddad (PT), Albano disse que escolheria o petista, apesar de não apoiar o partido. "O Haddad, embora seja do PT, não foi respingado. Não temos um passado muito amistoso com o PT. Eles aprontaram algumas coisas com a gente (PMN)", argumentou.
O candidato a vice explicou que durante o governo Lula, os petistas ofereceram cargos no governo ao PMN, mas o PT descartou as indicações. "Apresentamos pessoas gabaritadas e com currículo, ligadas ao serviço público, e o PT simplesmente ignorou isso". Albano contou que após esse desentendimento, o PMN apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) na eleição para o governo estadual paulista.
Sobre as pesquisas de intenção de voto, o vice de Soninha avaliou que a liderança de Russomanno é uma surpresa para todos. "Alguma coisa saiu de rota. Os candidatos mais experientes, como o Serra, não estavam esperando. Talvez o Serra esperasse mais uma disputa com o candidato do PT". Albano criticou a busca de Russomanno pelo apoio das igrejas, por acreditar que as instituições religiosas vão querer "algo em troca depois", caso ele vença o pleito.
"Obviamente se ele for eleito, vão apresentar a fatura depois. Ele vai ter problema para administrar esse apoio", ressaltou.
Avaliando a gestão de Gilberto Kassab (PSD), Albano considera que o prefeito deu continuidade ao governo de Serra, mas "esqueceu de cuidar da periferia, com a ideia fixa do Cidade Limpa para transformar São Paulo em estilo europeu". O vice ainda apontou que a criação do PSD prejudicou a administração, pois Kassab "abandonou o que um bom prefeito deve fazer para se dedicar a um novo partido".
Propostas. Apesar de atributo do governo estadual, Albano defendeu a participação da prefeitura, mesmo com um pequeno investimento, no metrô e propôs um plano limitando as construções civis na região central para levar à periferia. "Acho que São Paulo já saturou, não cabe mais ninguém aqui dentro, nem construções gigantescas, como shoppings".
Indagado sobre sua posição quanto à legalização da maconha, tema que Soninha se coloca a favor, ele respondeu que ainda não possui opinião formada, mas acha que o "assunto não deve envolver só a questão policial".