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'Vi a extrema direita e a extrema esquerda juntas', diz Maria Lúcia Amary sobre caso Arthur do Val

Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo acatou por unanimidade a perda de mandato do deputado Arthur do Val (União Brasil) nesta terça-feira; plenário da Casa deve votar em maio

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Foto do author Natália Santos
Por Natália Santos
Atualização:

O plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo deve votar em maio o parecer pela cassação do deputado Arthur do Val (União Brasil). Para a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), presidente do Conselho de Ética da Casa, que acatou por unanimidade a perda de mandato nesta terça-feira, 12, é “pouco provável" que o resultado mude. "Pela primeira vez, vi a extrema direita e a extrema esquerda juntas num tema”, disse nesta quarta em entrevista à Rádio Eldorado. 

O deputado foi punido pelo conselho pelos áudios machistas em que depreciava a condição de refugiadas ucranianas. Desde 1999, a Alesp não registrava a aprovação de um pedido de cassação de mandato. Maria Lúcia Amary classificou a decisão de "histórica". "Serve de exemplo e de régua para apontar até onde vai decoro parlamentar", disse.

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Para ser aprovado no plenário, 48 dos 94 parlamentares devem votar a favor da perda de mandato. Caso o resultado seja confirmado, além da cassação, Arthur também fica impedido de se candidatar a cargo público nos próximos oito anos.

Nesta terça-feira, a votação se deu em meio a tumultos entre os membros do conselho, outros parlamentares, a defesa de Arthur do Val e integrantes da plateia. Do lado de fora da Assembleia, o MBL organizou uma manifestação com dezenas de pessoas com direito a carro de som após a convocação feita pelo próprio deputado estadual. 

A sessão contou ainda com depoimentos de mulheres ucranianas presentes e de forma virtual.

Por unanimidade, Conselho de Ética aprova pedido de cassação de Arthur do Val nesta terça-feira, 12. Foto: Reprodução/Youtube Rafi Bastos

Foram favoráveis os deputados Enio Tatto (PT), Barros Munhoz (PSDB), Wellington Moura (Republicanos), Delegado Olim (PP), Erica Malunguinho (PSOL), Campos Machado (Avante), Marina Helou (Rede), Adalberto Freitas (PSDB), o corregedor Estevam Galvão (União) e a presidente Maria Lúcia Amary (PSDB).

Levantamento do Estadão mostrou que o Conselho de Ética da Alesp recebeu 73 denúncias por quebra de decoro parlamentar na atual legislatura. Antes de 2019 havia apenas duas.

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