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Veto em Belo Horizonte não inibiu alianças do interior

Em 202 municípios mineiros petistas e tucanos são aliados, mesmo com proibição do PT nacional na capital

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Por Marcelo de Moraes e Felipe Recondo
Atualização:

O veto à coligação entre PT e PSDB em torno de uma candidatura comum em Belo Horizonte foi o mais recente round político envolvendo os dois partidos, que representam hoje as pré-candidaturas presidenciais mais fortes para 2010. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), fechou um acordo político com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), para vencer na capital mineira. Aécio é um dos que podem vir a disputar a eleição para presidente. A aliança entre os dois políticos mais populares de Minas esbarrou, porém, na resistência da direção nacional do PT, que proibiu a coligação. Apesar disso, nas ruas, informalmente, PSDB e PT estão juntos pedindo votos para o candidato Márcio Lacerda, do PSB, que é apoiado por Aécio e Pimentel. E, mesmo com a proibição oficial, a aliança entre os dois se espalhou pelo interior de Minas, com 202 coligações formais envolvendo os dois partidos, de acordo com informações preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Poderia ser um número muito maior, uma vez que diretórios de PSDB e PT em algumas cidades acabaram preferindo adotar procedimentos mais cautelosos e estarão se apoiando apenas informalmente, a exemplo do que já acontece em Belo Horizonte. AFINIDADES O veto do Diretório Nacional do PT à aliança na capital mineira não serviu para frear o acordo político entre Aécio e Pimentel, mas acabou provocando desconforto na relação entre as duas legendas e até mesmo em seus parlamentares. "Sou contra o acordo com o PSDB, mas não achei correto que a direção nacional do PT proibisse a aliança. Afinal, essa era a vontade da base local do partido e essa vontade precisava ser respeitada. E o resultado é que os dois partidos estão juntos do mesmo jeito", lamenta o deputado federal petista Gilmar Machado (MG). Machado acredita que a junção política entre tucanos e petistas se ampliou em todo o Brasil porque os dois partidos passaram a ter mais afinidades de pensamento. Para ele, isso se deu por conta da tendência do PT de, ideologicamente, "se aproximar da social democracia". "Eu tenho uma visão política diferente da social democracia. E falar sobre isso dentro do campo partidário não é hoje algo muito constante. Porque, infelizmente, os partidos quase não fazem mais debates políticos, ideológicos. Daí, fica todo mundo parecendo essa geléia geral", lamenta.

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