Vestibular da UFRJ bate recorde de faltas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A UFRJ, maior universidade federal do País, encerrou hoje seu vestibular com índice recorde de faltosos - 38%, quando a média histórica é de 11%. Dos 56.016 candidatos inscritos, 21.456 não compareceram ao fim dos três dias de provas. A taxa é a maior da história da instituição, com exceção do ano de 1989, quando o concurso foi gratuito e 60% das 100 mil pessoas que se inscreveram não compareceram. Os organizadores do concurso creditam as faltas ao adiamento do exame, cancelado em outubro após tumultos e protestos por conta da greve de professores. Para Herli Menezes, coordenador do vestibular, muitos candidatos desistiram da UFRJ por já estarem matriculados em outras universidades. "Esse número de faltas era esperado, por vários fatores, principalmente por causa do adiamento. Muitos estudantes já começaram a assistir aulas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), por exemplo", afirmou Menezes. Ele informou que as provas deverão estar corrigidas antes de 12 de abril e que a classificação sairá até 3 de maio. A matrícula deverá ser efetuada nos dias 9 e 10 de maio. O adiamento das provas ocorreu por causa do tumulto ocorrido no dia 28 de outubro do ano passado, primeiro dia de testes, quando, por causa da greve dos professores da rede federal, candidatos rasgaram provas. No campus da Ilha do Fundão, estudantes e servidores ficaram feridos em confronto com a Polícia Militar, chamada pelo reitor José Henrique Vilhena para garantir a realização dos testes. "O adiamento foi uma decisão correta. Mas melhor seria se não tivesse ocorrido o tumulto anunciado", disse Herli Menezes. Hoje as provas ocorreram sem transtornos. Não foram registrados casos de cola. Atraso O candidato Ernandes da Mota, de 20 anos, chegou às 9h01 à Ilha do Fundão e foi impedido de fazer a prova. Ele ainda tentou argumentar, alegando que foi parado numa blitz da polícia, mas acabou perdendo a chance de concorrer a uma vaga no curso de Geografia. "Fui bem nas duas primeiras provas. Agora vou tentar o vestibular de alguma faculdade particular no meio do ano. Não dá para ficar um ano parado por causa de um atraso de um minuto", lamentou Mota. Felipe Werneck

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