PUBLICIDADE

Vereadores são acusados de desvio em Ourinhos-SP

Por SANDRO VILLAR
Atualização:

Um esquema de corrupção, tido como o maior da cidade, desviou, entre 2006 e 2008, mais de R$ 7 milhões da Câmara de Vereadores de Ourinhos (SP). Os acusados pelos desvios são o vereador Osvaldo Barbosa (PSDB) e o ex-vereador e atual suplente José Claudinei Messias (PMDB). Eles praticaram as irregularidades quando eram presidentes da Câmara, segundo o Ministério Público Estadual (MPE). Os dois tiveram a ajuda do contador José Cláudio Ribeiro e de ao menos dez empresas, algumas fantasmas, que emitiam notas fiscais frias, segundo o promotor Adelino Lorenzetti Neto."Em 2006, o Messias, que presidia a Câmara, sacou mais de R$ 1,5 milhão na ''boca do caixa'' na agência 0327 da Caixa Econômica. No ano seguinte, o presidente era o Barbosa. Ele sacou quase R$ 1,8 milhão e, em 2008, o saque diminuiu. Foi de: R$ 1.087.228,14. Foi menor porque nós, com a ajuda da Polícia Civil, já tínhamos iniciado as investigações", afirmou o promotor, que já entrou com ação na Justiça. Empresas do esquema, a maioria de informática, fizeram outros depósitos, elevando a quantia desviada. "Houve depósitos não oficiais, os desvios somam mais de R$ 7 milhões", explicou.Ele acrescentou que as empresas emitiam notas fiscais frias e que Barbosa e Messias, com a ajuda do contador, compravam equipamentos de informática sem licitação pública. "Era lavagem de dinheiro, a maioria das compras era fictícia, as empresas davam notas frias e não entregavam os produtos. Deram notas de mais de R$ 500 mil em uma ''aquisição'' em 2008", acusou, observando que as notas eram emitidas "para legitimar os saques".O contador confessou participação no esquema. Com depressão, está de licença médica desde 2009, renovada a cada três meses. "É licença entre aspas", ironizou o promotor, que pediu o afastamento dos acusados de suas funções. O Estado tentou localizar Barbosa e Messias, mas eles não foram encontrados. Eles e o contador foram notificados e, se condenados, podem pegar até cinco anos de prisão por improbidade administrativa e peculato.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.