
10 de outubro de 2011 | 17h06
"Em 2006, o Messias, que presidia a Câmara, sacou mais de R$ 1,5 milhão na ''boca do caixa'' na agência 0327 da Caixa Econômica. No ano seguinte, o presidente era o Barbosa. Ele sacou quase R$ 1,8 milhão e, em 2008, o saque diminuiu. Foi de: R$ 1.087.228,14. Foi menor porque nós, com a ajuda da Polícia Civil, já tínhamos iniciado as investigações", afirmou o promotor, que já entrou com ação na Justiça. Empresas do esquema, a maioria de informática, fizeram outros depósitos, elevando a quantia desviada. "Houve depósitos não oficiais, os desvios somam mais de R$ 7 milhões", explicou.
Ele acrescentou que as empresas emitiam notas fiscais frias e que Barbosa e Messias, com a ajuda do contador, compravam equipamentos de informática sem licitação pública. "Era lavagem de dinheiro, a maioria das compras era fictícia, as empresas davam notas frias e não entregavam os produtos. Deram notas de mais de R$ 500 mil em uma ''aquisição'' em 2008", acusou, observando que as notas eram emitidas "para legitimar os saques".
O contador confessou participação no esquema. Com depressão, está de licença médica desde 2009, renovada a cada três meses. "É licença entre aspas", ironizou o promotor, que pediu o afastamento dos acusados de suas funções. O Estado tentou localizar Barbosa e Messias, mas eles não foram encontrados. Eles e o contador foram notificados e, se condenados, podem pegar até cinco anos de prisão por improbidade administrativa e peculato.
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