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Vereador deve assumir lugar de prefeita presa em Ribeirão

Câmara articula nome para administrar cidade neste fim de ano, enquanto que prefeita segue na cadeia

Por Rene Moreira
Atualização:

 

RIBEIRÃO PRETO - A Câmara Municipal de Ribeirão Preto (SP) busca um novo prefeito para a cidade neste fim de ano. Com a prisão da prefeita Dárcy Vera (PSD) e a renúncia de seu vice, deveria assumir a presidente interina do Legislativo, vereadora Gláucia Berenice (PSDB), mas ela não pretende ocupar o cargo. 

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Outros vereadores então, casos de Ricardo Silva (PDT), Marcos Papa (Rede) e Cleudo José (PSB), demonstraram interesse na função. Para isso, conversam com advogados visando não ter problemas futuros, pois o receio é que venham a ser punidos por irregularidades cometidas na administração da prefeita. 

Os que se dispuseram ocupar o Executivo usam o mesmo argumento, de que é preciso evitar que a cidade seja mais prejudicada.

Lembram, por exemplo, que vence nesta terça-feira, 13, o prazo dado pela Justiça para que a prefeitura pague o 13º salário dos servidores, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

"É um momento de exceção", justificou um dos interessados no cargo, Ricardo Silva. O vereador foi candidato a prefeito neste ano, mas perdeu a eleição para Duarte Nogueira (PSDB).

Antes, porém, de algum vereador assumir a prefeitura seria preciso resolver algumas pendências jurídicas para tornar isso possível, como alterar o Regimento Interno da Câmara. 

Recurso. 

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Há dez dias na prisão, Dárcy Vera estaria enfrentando problemas de saúde. Segundo sua advogada, Cláudia Seixas, a prefeita tem passado mal principalmente em razão de complicação nos rins. 

Suspeita de envolvimento no desvio de dinheiro da prefeitura, ela aguarda na penitenciária feminina de Tremembé (SP) uma definição sobre o pedido de habeas corpus impetrado na Justiça e sem data prevista para ser analisado.

 

'Corredor'.

Enquanto isso, o prefeito eleito Duarte Nogueira (PSDB), nega ter recebido dinheiro da Odebrecht . O nome do político, que foi deputado federal, aparece junto a outros em delação premiada do ex-diretor de relações institucionais da empresa, Cláudio Melo Filho. Nas listas da empreiteira ele é citado por meio do apelido "corredor".

Nesta segunda-feira, 12, Nogueira concedeu entrevista para dizer que não recebeu R$ 650 mil da empreiteira nas campanhas eleitorais de 2010 e de 2014, como falou o delator. De acordo com a denúncia, o dinheiro seria uma retribuição por ter ajudado a companhia na Câmara Federal.

"São afirmações que não se sustentam", garantiu Nogueira.Segundo ele, essas informações "são infundadas" e "o tempo e as investigações vão provar. O novo prefeito de Ribeirão alega ainda que todas doações que recebeu nas campanhas foram declaradas e aprovadas pela Justiça.