
12 de abril de 2010 | 15h48
"A máfia das ambulâncias foi um dos piores momentos da minha vida política; um momento de muita crueldade com a minha família. Não culpo ninguém, a culpa foi exclusivamente minha. Mas me negaram o direito de mostrar o meu lado da história. Eu errei, eu permiti que a corrupção e o erro invadissem minha alma", disse o ex-deputado, que é evangélico.
Em agosto do ano passado, a 7ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte condenou Cabo Júlio a devolver a quantia de R$ 143 mil "indevidamente acrescida ao seu patrimônio" e a pagar multa correspondente a três vezes o valor. A decisão judicial, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foi a primeira vitoriosa em Minas contra a Máfia dos Sanguessugas - esquema de fraudes em licitações e apropriação de dinheiro público na compra de ambulâncias e de equipamentos hospitalares.
O ex-deputado também foi denunciado pelo MPF em outra ação referente ao esquema, na qual nove ex-prefeitos de oito municípios do norte de Minas foram acusados formalmente. Cabo Júlio questiona o fato de ter sido o único já condenado entre os 84 parlamentares investigados por participação nos desvios de recursos.
"Paguei e continuarei pagando um preço muito caro pelo meu erro imperdoável. Mesmo tendo 84 deputados investigados, fui o único a ser condenado em primeira instância. Apesar de recorrer, será que sou pior do que todos os outros 83?", perguntou. "Não fui e não sou inocente. Deus sabe que não sou. Mas também não errei o tanto que me acusaram de errar".
Quando do anúncio de sua condenação, o vereador peemedebista prometeu apelar da decisão e classificou a sentença como "totalmente desprovida de fundamentação jurídica". Alegou que na ação não havia nenhuma prova contra ele e disse que estava confiante de que os tribunais superiores irão reformar a decisão.
No encerramento da carta postada em seu blog, Cabo Júlio agradece aos assessores responsáveis pela página por respeitarem sua vontade e permitirem que a mensagem fosse publicada na íntegra. A assessoria do vereador informou hoje que ele permanecia em repouso por recomendação médica e não atenderia a imprensa.
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