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Veja frases e atos polêmicos do deputado Daniel Silveira

Parlamentar foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal, e no dia seguinte Bolsonaro concedeu perdão por meio de decreto

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Por Levy Teles
Atualização:

O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal na quarta-feira, 20, e perdoado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia seguinte, coleciona um histórico de falas e ações de intimidação e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O deputado já foi preso em fevereiro de 2021 por postar vídeo com discurso de ódio contra ministros do STF e publicar conteúdo em apologia ao Ato Institucional 5 (AI-5), o mais repressivo da ditadura militar. 

Em fevereiro de 2021, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a prisão de Daniel Silveira após a divulgação de um vídeo com apologia ao AI5 e discurso de ódio a integrantes da Corte; ele foi solto em novembro de 2021. Foto: Evaristo Sá/AFP

Além disso, uma das primeiras manifestações polêmicas ocorreu em setembro de 2018, quando Silveira quebrou uma placa de rua com o nome de Marielle Franco, em homenagem à vereadora do PSOL morta a tiros em março daquele mesmo ano.

Relembre alguns dos episódios:

"O STF apoia o narcoterrorismo" - agosto de 2020

Um mês depois de dizer que o STF é "completamente socialista", Daniel Silveira afirmou que a composição do STF "apoia o narcoterrorismo e facções criminosas". O vídeo, de quase 30 minutos de duração, ainda está no ar no YouTube.

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Ataques a Alexandre de Moraes - novembro de 2020

Ao longo de 2020, Silveira destinou mensagens ofensivas a ministros do STF, em especial a Alexandre de Moraes. "Quero que o povo entre no STF, pegue o Alexandre de Moraes pelo colarinho, sacuda a cabeça de ovo dele e o jogue em uma lixeira", disse o deputado, em novembro daquele ano. A frase foi relembrada na sustentação oral da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, em sustentação oral no Supremo.

"O STF e Justiça Eleitoral não vão existir porque não permitiremos" - dezembro de 2020

Em vídeo no YouTube, o deputado bolsonarista afirmou que o STF está "cavando sua própria cova". "Onze ministros que não são nada respeitados pela população. Claro que vão ter seus familiares, que são cúmplices, tão criminosos quanto." No mesmo vídeo, ele defendeu o voto impresso e atacou a urna eletrônica, dizendo que a partir do momento que ela começou a "varrer o Brasil de ponta a ponta", "a fraude começou a se tornar mais ampla e explícita". O vídeo segue no ar.

Outros episódios

Placa de Marielle quebrada - setembro de 2018

No final de outubro, o então candidato a deputado federal Daniel Silveira quebrou ao meio uma placa de nome de rua com o nome de Marielle Franco. Ele estava acompanhado do então candidato a deputado estadual, Rodrigo Amorim. "Acabou PSOL! Acabou PCdoB! Acabou essa p. aqui! Agora é Bolsonaro, p.!", gritou Amorim.

"Vistoria" a escola - setembro de 2019

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Agora empossados como deputado federal e estadual, respectivamente, Silveira e Amorim chegaram sem avisar ao Colégio Pedro II, no câmpus de de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro. Daniel questionou a "doutrinação" e a ideologia no colégio por causa da presença de uma placa que dizia "Brasil chegou a ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês".

Prisão e desacato - fevereiro de 2021

Em fevereiro de 2021, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a prisão de Daniel Silveira após a divulgação de um vídeo com apologia ao AI5 e discurso de ódio a integrantes da Corte. Ao ser levado ao Instituto Médico Legal (IML), o deputado se recusou a usar máscara e desacatou uma servidora que cobrou o uso do item, chamando a perita legislativa de "folgada para c.". Após três meses de investigação, a Polícia Federal concluiu que o bolsonarista cometeu crime de desacato. Moraes homologou acordo entre ele e a PGR com uma multa no valor de R$ 20 mil. Silveira foi solto em novembro de 2021, após revogação de Moraes.

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