Veja como será o plano de racionamento de energia

Por Agencia Estado
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A proposta apresentada hoje pelo governo prevê um racionamento por meio de cotas de consumo. As distribuidoras teriam que reduzir de modo global 20% do fornecimento de energia elétrica para os respectivos consumidores. Isso implicaria numa redução de 21% para o setor residencial; 18% para o industrial; 20% para comercial e serviços; 10% para rural e 25% para os demais consumidores (serviço público, por exemplo). Prazo ? O racionamento iria de 1º de junho e 30 de novembro de 2001. Estas cotas fixadas seriam revistas num período de três meses, podendo ser aumentadas ou reduzidas de acordo com os resultados obtidos. Receita ? As distribuidoras estimam perda de receita de cerca de 20% com este modelo de cotas fixado pelo governo federal. Uma empresa do porte da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), a estimativa é que deixará de arrecadar, neste período, R$ 350 milhões. No caso da Light, distribuidora do Rio de Janeiro, a expectativa é que deixará de arrecadar R$ 400 milhões. Tarifas ? Todas as concessionárias vão pedir aumento de tarifas como forma de compensar as perdas de receita. Pelo contrato, as empresas podem recorrer à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com pedido de revisão tarifária extraordinário. É facultado à agência reguladora autorizar o repasse ou não para os consumidores. Campanha ? Cada distribuidora irá investir em campanha publicitária dando detalhes sobre o sistema de cotas de consumo. A CPFL acredita que os investimentos devem chegar a R$ 20 milhões. As empresas também deverão reforçar os centros de atendimento (call center) para esclarecer as dúvidas dos clientes. Inadimplência ? Há uma avaliação geral das empresas que o modelo de multa de até 15 vezes o valor da tarifa para quem superar a cota vai provocar o aumento da inadimplência. A legislação permite que o não pagamento da conta de luz pode resultar no desligamento do medidor de energia elétrica. Porém, o consumidor tem que ser avisado sobre o corte 15 dias antes acontecer a interrupção do fornecimento de luz elétrica. Mercado - As distribuidoras estarão obrigadas a reduzir o comércio de energia para os clientes em 20%. O mesmo procedimento será tomado pelas geradoras no instante em que forem entregar o suprimento as distribuidoras. Ou seja, a distribuidora terá que fazer corte global de 20% que por sua vez terá uma redução de 20% naquilo que é repassado pela geradora de energia. Caso a distribuidora, por exemplo, não consiga reduzir o consumo da região onde atua, será obrigada a recorrer ao Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE). Lá, o preço da energia está cotado, para maio, em R$ 459,89 o Megawatt/hora (MW/h), mais caro se comparado aos contratos de longo prazo.

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