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Veja a cronologia do caso Yeda Crusius no Rio Grande do Sul

O PSDB no Rio Grande do Sul é acusado de uso de caixa 2 na campanha que elegeu a governadora Yeda Crusius em 2006. O marido da tucana, Carlos Crusius, é citado como um dos arrecadadores. As denúncias partiram do PSOL, que diz ter provas das acusações e quer que o Ministério Público investigue o caso.

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Por Redação
Atualização:

 

Reportagem da revista Veja desta semana informa que, Carlos Crusius, o marido da governadora na época da campanha eleitoral teria recebido, logo após a eleição de Yeda, a quantia de R$ 400 mil de duas fabricantes de cigarro.

 

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Marcos D'Paula/AE - Yeda Crusius, governadora do Rio Grande do Sul

 

O dinheiro teria sido utilizado no pagamento de contas pessoais do casal e na compra de uma casa em bairro nobre de Porto Alegre. A denúncia, segundo a Veja, aparece em uma gravação feita por Lair Ferst, antigo aliado tucano, parte fundamental na campanha de Yeda ao Piratini e réu em processo sobre fraude milionária do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS).

 

Veja as acusações contra o governo gaúcho:

 

Em novembro de 2007

 

Operação Rodin, da PF, aponta fraude de R$ 44 milhões no Detran gaúcho. Entre os 14 presos, o empresário tucano Lair Ferst, ligado à cúpula da campanha que elegeu Yeda em 2006

 

Em fevereiro de 2008

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Assembleia abre a CPI do Detran para investigar o esquema, que consistia na cobrança de preços superfaturados por fundações e empresas contratadas sem licitação

 

Em abril de 2008

 

À CPI um delegado da Polícia Civil diz ter recebido a informação de que Lair Ferst teria pago R$ 400 mil do custo da casa adquirida por Yeda no fim de 2006. Segundo a tucana, casa foi comprada por R$ 750 mil. Yeda avisa que vai processar o presidente da CPI pela insinuação de que sua casa teria sido paga parcialmente com sobras de campanha.

 

Em maio de 2008

 

Justiça Federal abre processo contra 40 pessoas no caso das fraudes no Detran. Empresário Lair Ferst nega ter participado da campanha de Yeda.

 

Em maio de 2008

 

Ex-secretário de Segurança Enio Bacci afirma à CPI que governadora soube das irregularidades no Detran no início de 2007 e nada fez. Governo nega.

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Em junho de 2008

 

É divulgada conversa gravada pelo vice de Yeda, Paulo Afonso Feijó (DEM), na qual o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, admitia que partidos aliados eram financiados por órgãos públicos. Gravação provoca a queda de Busatto, do secretário-geral de governo, Delson Martini, e do chefe do escritório do RS em Brasília, Marcelo Cavalcante.

 

Em junho de 2008

 

PSOL e PV protocolaram pedido de impeachment da governadora na Assembleia Legislativa sob acusação de improbidade administrativa

 

Em junho de 2008 

 

Assembleia arquiva pedido de impeachment de Yeda

 

Em junho de 2008 

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Gravações da CPI do Detran derrubam quatro da cúpula do governo de Yeda Crusius.

Uma das gravações mostrou dois envolvidos na fraude que desviou R$ 44 milhões da autarquia combinando um jeito de resolver um impasse entre empresas que prestavam serviços superfaturados.

A segunda mostrou o chefe da Casa Civil, Cezar Busatto, admitindo ao vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM) que partidos aliados do governo se financiavam em órgãos públicos.

 

Em junho de 2008 

 

Em entrevista ao Estado, governadora do Rio Grande do Sul negou acusações e disse que vice se uniu à oposição para tentar derrubá-la. "Não é uma hecatombe só para mim, é para todos", diz Yeda.

 

Em julho de 2008

 

PSOL e PV questionam, em representação por improbidade administrativa ao Ministério Público de Contas, a compra da casa de Yeda. Para os partidos, custo de R$ 750 mil não é compatível com os rendimentos de Yeda e do marido, Carlos Crusius, que é professor.

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Em julho de 2008 

Relatório final da CPI do Detran, aprovado por 9 votos a 3, não cita a governadora e isenta ex-secretários. O relator culpa as mesmas 40 pessoas que já respondem a processo na Justiça Federal

 

Em agosto de 2008

 

Um dos 40 a responder ao processo, Lair Ferst diz que pessoas "de dentro e de fora" da administração estadual também participaram ou souberam da fraude no Detran.

 

Em agosto de 2008

 

Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul recebe como denúncia representação do Ministério Público Especial que recomenda averiguar a compra da casa da governadora. Advogado tenta explicar como Yeda adquiriu casa.

 

Em dezembro de 2008

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O Ministério Público gaúcho arquiva representação contra a governadora Yeda que apontava possíveis irregularidades na compra de sua casa

 

Em fevereiro de 2009 

 

Corpo de Marcelo Cavalcante, ex-assessor de Yeda, é encontrado boiando no Lago Paranoá, em Brasília

 

Em fevereiro de 2009

 

Em entrevista ao Estado, Yeda diz que "levantaram ofensas e acusações sem prova" contra ela.

 

Em fevereiro de 2009 

 

PSOL acusa a governadora e seus ex-colaboradores de terem participado ou tomado conhecimento de caixa 2 na campanha eleitoral de 2006 e de usar recursos paralelos e superiores aos informados num contrato de aquisição da sua casa

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Em maio de 2009

 

Segundo a revista Veja, em gravações Marcelo Cavalcante admite ter coletado, após a eleição de 2006, R$ 200 mil de empresas. O dinheiro teria sido entregue ao marido da governadora. Oposição retoma coleta de assinaturas para abrir CPI sobre o governo Yeda. Centenas de professores, sindicalistas e estudantes participaram de uma manifestação pelo impeachment da governadora. Escutas feitas pela Polícia Federal identificaram a assessora do governo gaúcho Walna Willarins Meneses como interlocutora de uma pessoa investigada na Operação Solidária, que apura possíveis fraudes em licitações. Walna é uma das assessoras mais próximas da governadora Yeda Crusius (PSDB).

 

Em junho de 2009 

 

O deputado estadual Paulo Azeredo (PDT) assinou o requerimento para a criação da CPI da Corrupção no Rio Grande do Sul. A proposta, formulada pela bancada do PT no dia 12 de maio para investigar supostas irregularidades no governo de Yeda Crusius (PSDB), tem agora 17 das 19 adesões necessárias. Não há indicativos, no entanto, de que será aprovada.

 

Em julho de 2009 

 

Cerca de quatro mil pessoas participaram nesta quinta-feira, 18, de mais um protesto contra a governadora Yeda Crusius (PSDB), em Porto Alegre. Convocados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), grêmios estudantis e dez sindicatos de servidores públicos, os manifestantes reuniram-se diante da sede do Ministério Público Federal (MPF) e depois seguiram em passeata até a Praça Marechal Deodoro. Nos discursos, os líderes da manifestação pediram que o MPF revele se tem informações sobre corrupção no governo gaúcho, que os deputados estaduais instalem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Executivo e que Yeda se afaste de seu cargo até que tudo seja esclarecido.

 

Sete pessoas foram detidas durante manifestação de cerca de mil pessoas em frente à residência de Yeda Crusius (PSDB). O protesto começou por volta das 7h30 em frente à casa da governadora, no bairro Vila Jardim, em Porto Alegre. Yeda discutiu com os manifestantes no portão de casa. O protesto foi promovido pelo Fórum de Servidores Públicos Estaduais (PSPE-RS).

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Uma operação policial para prisão de um suspeito de tráfico de drogas transformou-se em mais um constrangimento político para o governo de Yeda Crusius. Ingredientes como a participação do chefe de gabinete do Palácio Piratini, Ricardo Lied, e tentativa de vazamento de informações durante a ação policial levaram a corregedoria da Polícia Civil a investigar o caso.

 

Em agosto de 2009 

 

O Ministério Público Federal anunciou ação de improbidade administrativa contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB); seu marido, Carlos Crusius; a assessora do governo estadual Walna Menezes; o ex-secretário-geral de governo Delson Martini; o deputado federal José Otávio Germano (PP); os deputados estaduais Luiz Fernando Zachia (PMDB) e Frederico Antunes (PP); o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas; e o tesoureiro da campanha do PSDB ao governo do Estado em 2006, Rubens Bordini. Yeda acusou os seis procuradores da República que pediram seu afastamento de terem armado um "circo político" e de extrapolarem suas funções.

As mais de 1,2 mil páginas da peça inicial que compõem a ação de improbidade administrativa que o Ministério Público Federal moveu contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e mais oito pessoas vazaram na internet, embora contenham provas protegidas por sigilo telefônico, bancário e fiscal. O deputado estadual Coffy Rodrigues (PSDB) pediu ontem ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan (PT), a abertura de processo para afastar o vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM). O tucano acusa Feijó de crime de responsabilidade.

 

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul deferiu o requerimento assinado por 39 parlamentares que pedia a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostos atos de corrupção no governo de Yeda Crusius. A Polícia Federal indiciou Walna Vilarins Meneses, assessora especial do gabinete da governadora, por formação de quadrilha e corrupção passiva. A PF não detalhou as supostas ações atribuídas à assessora de Yeda.

 

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul instalou em 26 de agosto a CPI para apurar as suspeitas de corrupção no governo gaúcho, que terá a maioria dos integrantes da comissão. Dos 12 deputados nomeados, oito fazem parte da base governista. Na Casa, a oposição tem apenas 22 votos em um universo de 55.

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