Vedoin entrega à CPI provas contra cinco deputados

A comissão tinha apenas indícios de participação dos parlamentares no esquema de fraudes para a compra de ambulâncias

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Por Agencia Estado
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O vice-presidente da CPI das Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse que documentos apresentados pelo empresário Luiz Antonio Vedoin, dono da Planam, nesta terça-feira, 8, comprovam o repasse de recursos para cinco parlamentares contra os quais a comissão tinha apenas indícios de participação no esquema de fraudes para a compra de ambulâncias. Segundo o deputado, esses recursos teriam sido recebidos por auxiliares ou parentes dos parlamentares, como mostram cópias de cheques, de depósitos e notas fiscais. Os cinco já faziam parte da lista dos que teriam recebido dinheiro em espécie. 13 contradições Vedoin é um dos sócios da Planam, empresa que fraudava a compra de ambulâncias por prefeituras a partir de emendas orçamentárias. O presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), explicou que o sub-relator de Sistematização e Controle da CPMI, Carlos Sampaio (PSDB-SP), verificou 13 pontos de divergência entre as declarações feitas por Vedoin à Justiça Federal do Mato Grosso e à CPMI - sendo que pelo menos oito deles precisam ser esclarecidos. Segundo Biscaia, Vedoin foi advertido de que poderá perder o benefício da delação premiada se a CPMI comunicar ao juiz que ele mudou o depoimento em relação a alguns dos parlamentares inicialmente apontados como participantes do esquema. Para Jungmann, no entanto, o que Vedoin fez foi ajustes em seu depoimento. Na sua opinião, a postura do empresário não está sendo a de desqualificar o que havia dito. Sobre os documentos apresentados por Vedoin, Antonio Carlos Biscaia disse que há novas provas de várias das afirmações feitas pelo empresário nos seus depoimentos. Raul Jungmann acrescentou que, na reunião, Vedoin falou sobre duas licitações realizadas para a aquisição de mais de mil ambulâncias cada uma, destinadas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que teriam sido fraudadas. Segundo o deputado, Vedoin falou ainda sobre como funcionava o "cartel da Rontan", que vencia as licitações com base em um diferencial: um aparelho de GPS (Sistema de Posicionamento Global) via satélite que só ela tem. "Quando alguém faz uma licitação pedindo GPS por satélite, está dizendo uma certa empresa", assinalou Jungmann.

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