PUBLICIDADE

Vedoin depõe no Conselho de Ética e acusa deputados

Ele é um dos donos da empresa envolvida na máfia das ambulâncias e está sendo ouvido como testemunha em processo contra deputados acusados de envolvimento

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos donos da Planam, empresa responsável pelo esquema da máfia das ambulâncias superfaturadas, acusa deputados de envolvimento no caso. Ele é ouvido como testemunha no processo aberto contra 67 deputados apontados pela CPI dos Sanguessugas por envolvimento no esquema. Vedoin reafirmou que teria havido acerto para pagamento ao deputado Paulo Feijó (PSDB-RJ) de uma propina de 10% do valor de emenda encaminhada por esse parlamentar em favor do esquema. Afirmou tabém que teria havido envolvimento do deputado João Magalhães (PMDB-MG) com a máfia, relacionado ao pagamento de R$ 42 mil referente a um veículo. O empresário disse que o suposto acordo com Magalhães teria sido fechado pelo seu pai e também dono da Planam, Darcy Vedoin. O advogado de defesa de Vedoin, Oto Medeiros, havia pedido que o depoimento dele fosse reservado, mas os deputados decidiram, em votação, que seria aberto. Vedoin não assinou termo de compromisso que o tornaria testemunha do caso e o obrigaria a falar a verdade. No entanto, o empresário está colaborando no relato do envolvimento de parlamentares no esquema, mas se recusou a responder a uma pergunta do deputado Fernando Coruja (PPS-SC) sobre o envolvimento de funcionários do Ministério da Saúde em supostos casos de recebimento de propina. Ele afirmou que a pergunta não estava relacionada ao tema em discussão, que são as denúncias de envolvimento de parlamentares no esquema. O deputado Mauro Benevides (CE), relator do Conselho de Ética, declarou-se impedido de assumir, por ser do PMDB, a relatoria do processo contra Wellington Fagundes (PL-MT), também acusado de envolvimento no esquema, porque este foi eleito por uma coligação do PMDB com o PL. O depoimento de Vedoin servirá para a instrução de todos os 67 processos sobre sanguessugas que estão no Conselho de Ética. Envolvimento de Vedoin Luiz Antonio Vedoin estava preso em Cuiabá, pela segunda vez, desde o dia 15 de setembro, quando foi descoberta pela Polícia Federal a tentativa de compra do dossiê. Ele foi detido sob acusação de ocultar documentos e vender material que seria usado para ´chantagear pessoas´, segundo a Justiça. O dossiê seria vendido aos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha, presos em 15 de setembro pela Polícia Federal com o R$ 1,75 milhão que seria usado na negociação. Dos envolvidos, apenas Luiz Antonio continuava preso. Segundo a PF, Luiz Antonio preparava-se para embarcar ao lado do primo para São Paulo com uma fita de vídeo, um DVD, uma agenda e seis fotos relacionadas às investigações da máfia dos sanguessugas. Filho de Darci Vedoin, também dono da Planam, Luiz Antonio já havia sido preso por meses depois que a PF desencadeou a Operação Sanguessuga, em maio deste ano. Após negociar benefícios em troca de colaboração nas investigações, ele havia sido posto em liberdade.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.