
09 de setembro de 2014 | 21h00
Cardozo confirmou que a Polícia Federal abriu inquérito para apurar o vazamento da delação e encontrar os responsáveis pelo fato. Além disso, o ministro solicitou ontem (8) ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acesso aos depoimentos para "tomar decisão de abrir processos administrativos ou medidas corretivas a partir dos fatos narrados".
"Como sabemos que o juiz de primeira instância, se correta a notícia divulgada, não poderia homologar a delação premiada porque haveria foro privilegiado de pessoas mencionadas e não estando o inquérito no STF, pedimos que o procurador tomasse providências para que pudéssemos ter acesso a isso, se a lei assim o permitisse", explicou o ministro. Janot informou o Ministério da Justiça que pretende apreciar o pedido "com a maior agilidade possível", segundo Cardozo.
Na sexta-feira e no final de semana, o Estadao.com e a revista Veja divulgaram informações sobre o depoimento de Paulo Roberto da Costa. São citados nomes de parlamentares, ministros e governadores que teriam recebido propina para conseguir contratos na Petrobras.
Efeito eleitoral
O ministro da Justiça classificou como "exacerbação retórica" que acaba "caindo em descrédito" a tentativa de ligar a presidente e candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, às denúncias envolvendo a Petrobras. "Tentativa que muitas vezes se faz de tentar atacar a presidente Dilma em relação a situações dessa natureza, marcadas por retórica e uma exacerbação do clima eleitoral, não ganham coro", disse Cardozo.
Ele aproveitou para afirmar que Dilma tem se firmado como defensora de "políticas firmes de combate à corrupção" e defende a autonomia da polícia federal e da procuradoria-geral. "A presidente é muito transparente. Tem espírito republicano muito forte e ninguém duvida disso no Brasil", disse Cardozo. Nas palavras do ministro, a postura de Dilma mostra que "não há nenhuma complacência com mal feitos, nenhuma complacência com ilícitos".
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.