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Vannuchi acusa AGU de ''equívoco brutal''

Por Ricardo Brandt
Atualização:

O secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, criticou ontem em São Paulo o que classificou de "equivoco brutal" da Advocacia Geral da União (AGU) ao emitir posições que "extrapolam" suas atribuições, "sem conhecimento de causa e com abordagens superficiais". E deixou claro que entregará o cargo se a posição do órgão prevalecer no governo. "Se, ao final de uma paciente, perseverante, persistente e disciplinada argumentação interna, prevalecer esse ponto de vista, uma pessoa como eu tem que deixar o governo e voltar para a sociedade civil para levar adiante essa mesma atividade", afirmou Vannuchi. Ele negou que já tenha colocado seu cargo à disposição. "Dentro do governo está em curso um conjunto de ações que colidem com a linha presente na manifestação da AGU", afirmou. Ele fez questão de ressaltar que não está sozinho no embate, citando outros ministros como Tarso Genro (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil). Vannuchi disse que a posição da AGU tem pelo menos três equívocos: o primeiro ao defender que o Ministério Público não tem competência para atuar em defesa dos torturados; segundo por afirmar que a anistia de 1979 vale aos torturadores; e ao dar como resolvido o tema dos arquivos da repressão. "A AGU sabe que dentro do governo Lula existe em curso, neste momento, amplos procedimentos com vistas a isso, desde uma nova lei de arquivos, ao estabelecimento na Casa Civil de um sistema digitalizado integrando todos os arquivos conhecidos, chamado Memórias Reveladas." Vannuchi afirmou também que sua posição e a da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos são convergentes.

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