Brasília - O presidente da CPI da Petrobrás Hugo Motta (PMDB-PB) afirmou logo ao tomar posse para presidir o colegiado que o grupo vai trabalhar "com imparcialidade e autonomia". Motta recebeu 22 votos e o deputado do PSOL Ivan Valente (SP), que também se candidatou para o posto, apenas quatro.
O presidente aproveitou para confirmar o petista Luiz Sérgio (RJ) na relatoria dos trabalhos. "Aqui não me cabe proteger ninguém nem perseguir ninguém. Tenho de agir de maneira firme. Não posso pré-condenar nem defender ninguém ", declarou. O relator disse também esperar aprofundar nas discussões da CPI os temas relativos à formação de cartel.
O posicionamento de Motta ocorre em meio à polêmica sobre as doações recebidas pelos parlamentares da comissão, incluindo o próprio Motta e o relator Luiz Sérgio. Logo na abertura dos trabalhos da CPI, Ivan Valente pediu a destituição dos deputados que tenham recebido doações de OAS, Camargo Corrêa, Sanko, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, UTC e Toyo Setal, sob a alegação de que a permanência dos indicados levantaria suspeitas sobre a isenção dos trabalhos.
Investigação. As empresas estão na mira da Lava Jato justamente pelo seu envolvimento no esquema de corrupção na estatal petrolífera que vai ser investigado pela comissão. O foco da CPI é investigar as irregularidades na Petrobrás entre 2005 e 2015, denúncias de superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil, averiguar a constituição de empresas subsidiárias e sociedades com o objetivo de praticar atos ilícitos na estatal, investigar o afretamento de navios de transporte, plataformas e sondas e apurar supostas irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e venda de ativos da Petrobrás na África.
Os primeiros requerimentos dos membros da CPI começarão a ser recebidos na próxima segunda-feira, 2.