''''Vamos ouvir todo mundo, até os ministros citados''''

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Por Redação
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Indicado pelo PT para ser relator da CPI dos Cartões, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) promete que ninguém será poupado ou protegido da investigação. "Todos os ministros citados nas denúncias serão ouvidos, até para que possam explicar melhor se houve ou não equívocos no uso", diz, ressaltando que não deve satisfações ao governo ou à oposição, mas à sociedade. Ele considera, no entanto, que há um excesso de preocupação com os cartões e não se fala muito nas contas tipo B, mais usadas no governo FHC, antes da criação dos cartões. Luiz Sérgio diz que entre 2001 e 2007 os cartões responderam por gastos de R$ 161 milhões e as contas tipo B por R$ 1,1 bilhão. Depois do acordo que entregou a presidência da CPI à senadora Marisa Serrano, a bancada do PT demonstrou insatisfação pelo fato de a presidência não ficar com um petista. Como o sr. vê isso? Esse mal-estar se deu porque o líder do PT na Câmara, Maurício Rands, não estava presente na hora em que se celebrou o acordo com a oposição. Até por ter sido indicado para um cargo, não participei dessas disputas. O PT vai esperar até segunda-feira para tomar uma decisão e eu acatarei o que meu partido decidir. Como será a sua relação com Marisa, que é da oposição? Tenho esperança e convicção de que será muito boa. As pessoas se referem a ela de forma bastante elogiosa. A CPI está aí para apurar fatos, não pessoas. Acho que há preocupação excessiva da mídia e dos parlamentares com cartões - com os quais foram gastos R$ 164 milhões entre 2001 e 2007, segundo relatório que tenho - e se dá pouca atenção às contas B, com as quais se gastou R$ 1,1 bilhão no mesmo período. O custo dos cartões equivale a cerca de 14% do das contas B. Quem será ouvido pela CPI? A comissão não está aqui para proteger ou perseguir quem quer que seja, nem pode se prender a um governo A ou B. Vamos ouvir todo mundo, inclusive os ministros citados nas denúncias. Será uma oportunidade para explicarem se houve equívocos e em que momento. Vamos ouvir também o controlador-geral da União, Jorge Hage, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), o ex-ministro Paulo Paiva, que criou o cartão, e representantes do Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União (TCU) para que expliquem de que forma usam seus cartões. O que nos parece é que o Portal da Transparência funciona, tanto que foram descobertos por esse meio os problemas. A CPI pretende estabelecer uma norma para o uso dos cartões? É a nossa proposta. Hoje, o governo usa de um jeito, a universidade de outro e os governos e municípios de formas diferentes. É preciso estabelecer uma regra. A comissão vai retroagir ao governo de Fernando Henrique? Sim. Nosso prazo de investigação começa em 1998, quando o decreto 2.809 foi assinado. A CPI tem de ser firme, mas não pode se perder ao perseguir e proteger quem quer que seja. Temos contas a prestar à sociedade, que espera uma resposta aos problemas colocados, acima de governos e partidos.

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