
11 de setembro de 2007 | 12h48
O senador Renato Casagrande (PSB-ES), relator do parecer que pede a cassação do mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse confiar que a maioria dos senadores vai decidir anesta quarta-feira, 12, por preservar a instituição, em vez do colega parlamentar. "O Senado vai ser julgado. Vamos condenar o Senado ou inocentar o Renan. Para inocentar o Senado teremos que condenar o Renan", afirmou. Veja também: Planalto vê fim da linha para senador Lobista ligado a Renan recebeu dólares em NY Veja especial do caso Renan Renan pede voto por telefone e aliados temem reviravolta Casagrande disse estar "muito confiante" que a instituição vai responder às expectativas da opinião pública. Para ele, se Renan continuar no comando da Casa, a crise vai continuar. Quanto à possibilidade de Renan renunciar à presidência, o relator acredita que a iniciativa resolveria o problema do próprio Renan, mas não o da instituição Senado. "Vamos ter um resultado que vai referendar a preservação da instituição", disse.Já o senador Delcídio Amaral (PT-MS) prefere não fazer nenhum prognóstico sobre o resultado. Segundo ele, os partidos estão divididos. "Estão tão divididos que quem arriscar um palpite sobre o que vai acontecer amanhã, ou está por fora do que está acontecendo, ou está mentindo", disse.Delcídio informou que o PT vai se reunir logo mais para analisar o quadro, mas ele não acredita que desse encontro saia uma orientação sobre a forma como os petistas deverão votar. "Não haverá posição no sentido de absolver ou condenar", frisou. Ele descartou a tese de que o PT será o fiel do placar na votação que decidirá o futuro político de Renan. "É aquela história: pra cima de mim não, violão. Não é o PT que vai responder pela absolvição ou condenação em um quadro em que todos os partidos estão divididos". Na sua opinião, a tentativa de responsabilizar os petistas pelo resultado "é uma maneira sutil, inteligente de jogar a bomba no nosso colo; mas é importante registrar que oposição está toda dividida". Sessão aberta Às vésperas do julgamento em plenário, na sessão que decidirá o futuro político de Renan, os senadores petistas Delcídio Amaral (MS) e Eduardo Suplicy (SP) apresentaram à Mesa Diretora da Casa um projeto de resolução para "abrir" a sessão. Diante disso, Renan admitiu em conversa com aliados que vive o dilema de já não saber quem está ou não ao seu lado. A Constituição (Art. 55) e o Regimento Interno do Senado (Art. 197) dizem que, além de o voto dos senadores ser secreto, a sessão também terá de ser fechada - sem a presença da imprensa e de funcionários do Legislativo, só com os parlamentares no plenário. A tentativa de Suplicy e Delcídio de alterarem o regimento para "abrir" a sessão dificilmente será bem-sucedida. O problema maior é conseguir aprovar o projeto a tempo de valer para a sessão de quarta. "Se a maioria não aprovar o projeto de resolução, então a votação não deverá ser eletrônica, pelo painel, mas por meio de cédula", disse o senador Gerson Camata (PMDB-ES). A idéia de votar em cédula é para permitir que os senadores usem os celulares para fotografar seus votos. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o senador Álvaro Dias (PSDB) disse que não defende a alteração do regimento interno do Senado para que a sessão seja aberta. Dias advertiu que, se o pedido dos petistas for feito, Renan não será julgado pelo plenário em 2007. O julgamento se refere à acusação de que Renan teria tido despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. Entre as despesas, pensão e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha fora do casamento. Antes de chegar ao plenário, a denúncia foi investigada pelo Conselho de Ética, que, na semana passada, aprovou parecer em defesa da cassação por 11 a 4.
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