
16 de abril de 2015 | 17h54
Curitiba e São Paulo - O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, alvo da Operação Lava Jato, está "sereno, embora sofrendo com a injustiça da prisão", segundo um advogado que esteve com ele na manhã desta quinta feira, 16, na Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR). de acordo com o defensor, o petista "está muito confiante na Justiça para restabelecer a sua liberdade e responder o processo em liberdade".
Ainda segundo o advogado, o ex-tesoureiro divide a cela com mais uma pessoa e "passou bem a noite".
No habeas corpus, a defesa pretende fustigar ponto a ponto os motivos que levaram a Justiça a ordenar a prisão de Vaccari. "O que tem de base para decretação da prisão preventiva? Primeiro são palavras de delatores, o que não constitui prova. Nenhum indício de prova existe para corroborar o que esses delatores falaram sobre Vaccari", afirma o criminalista.
Segundo o criminalista, o pedido de prisão preventiva também faz referência a movimento bancário e fiscal tanto da mulher quanto da filha de Vaccari, e levanta suspeitas sobre a origem do dinheiro que foi movimentado nessas contas. "Para tudo isso tem comprovação, tem origem lícita. Esses valores que transitaram nas contas da esposa e da filha de Vaccari são oriundos de remuneração que ele recebeu ao longo dos anos pela sua atividade profissional", afirma D'Urso.
D'Urso disse que no habeas corpus também vai contestar o argumento de que, solto, Vaccari continuaria tendo influência política e, por isso, poderia atrapalhar as investigações."Essa situação, segundo a decisão, traria algum poder e influência política e, com isso, ele poderia alterar o curso das investigações. Isso é pura elocubração. Primeiro porque a posição de Vaccari como tesoureiro do partido nada tem a ver com o andamento de processo ou das investigações. Segundo ele, o ex-tesoureiro sempre se dispôs a prestar esclarecimentos e toda a cooperação às investigações.
"Apesar disso, diante da própria prisão que ocorreu, Vaccari pediu o afastamento dessa posição no partido, uma vez que recolhido não tem condições de exercer as suas atividades como tesoureiro", pondera o advogado. "Dessa forma verifica-se que aquelas condições que justificam uma prisão preventiva jamais estiveram presentes nesse caso concreto", concluiu.
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