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UTIs neonatais do Rio param de atender pacientes do SUS

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Por Agencia Estado
Atualização:

Diretores de 17 unidades de UTIs neonatais de hospitais privados que prestam serviço para o Estado do Rio decidiram nesta terça-feira paralisar o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) até o fim do mês. Os diretores vão dar mais 15 dias para que o governo faça o pagamento de pelo menos dois dos cinco meses atrasados e, caso isso não aconteça, as unidades vão começar a vetar a internação de bebês prematuros encaminhados para seus hospitais. Juntas, as 17 unidades têm 75 leitos de UTI para recém-nascidos, que desde 2000 complementam a rede pública. Segundo o presidente da Associação de Hospitais e Clínicas, Guilherme Jaccoud, os diretores já fizeram várias reuniões com o governo do Estado, mas até agora não houve indício de pagamento. Jaccoud calcula que a dívida estadual com os hospitais chegue a R$ 20 milhões. "Sabemos que o serviço que prestamos é essencial, mas não temos mais condições de continuar prestando o serviço sem receber nada", afirmou. A UTI neonatal é o setor de tratamento intensivo para bebês prematuros que precisam de cuidados especiais até atingirem maturidade necessária para ir para casa. Antes de o Estado contratar o serviço das 17 unidades privadas, o Rio registrou vários casos de infecção hospitalar em UTIs de hospitais estaduais por causa da superlotação. "Nós sabemos que o Estado precisa do nosso serviço e que, sem os nossos leitos, haverá casos de superlotação", disse. Segundo Jaccoud, as crianças que já estão internadas nas 17 unidades vão continuar sendo atendidas mesmo sem o pagamento do governo. A paralisação vai afetar apenas as novas internações de bebês, explicou o médico. O secretário Estadual de Saúde, Gilson Cantarino, não quis dar entrevista nesta terça-feira, mas informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai convidar os diretores dos hospitais para negociar e criar um cronograma de pagamento das mensalidades atrasadas. Nesta segunda-feira, quando assumiu oficialmente o cargo, Cantarino admitiu sérias dificuldades financeiras na Secretaria e afirmou que já estão faltando medicamentos na rede estadual.

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