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USP inaugura primeira caverna virtual da AL

Por Agencia Estado
Atualização:

A Universidade de São Paulo (USP) inaugurou ontem a primeira Caverna Digital da América Latina. Localizada no Laboratório de Sistemas Integrados da Escola Politécnica (Poli), a sala de nove metros quadrados por três metros de altura é forrada por telas especiais que permitem a projeção de imagens nas cinco paredes (incluindo o chão) em um ângulo de 110º. O sistema possibilita que simulações tridimensionais sejam ampliadas em tamanho próximo do natural. ?Como tudo lá dentro é breu, utilizando os óculos 3D se tem a noção de profundidade e parece que você está flutuando?, explica um dos pesquisadores responsáveis pelo projeto, Luciano Pereira Soares. Além dos óculos de terceira dimensão, a sensação de realidade é acentuada com o uso de luvas especiais. As imagens são projetadas por dois supercomputadores ? um da Silicon Graphics e outro doado pela Intel. Esses equipamentos de alta resolução recebem mensagens de sensores espalhados pelos painéis da caverna, que identificam quando a pessoa ?pegou? um objeto. Com isso, além da vantagem de estudar uma imagem em detalhes, é possível interagir. Através de uma poderosa tecnologia, podem ser criados desde protótipos virtuais microscópicos até estruturas gigantescas, como uma plataforma de petróleo ou o Egito Antigo, por exemplo. Segundo o pesquisador responsável, além da questão cultural, os maiores benefícios são econômicos. ?No mundo real você gasta uma fortuna para testar e corrigir os erros de um protótipo. Já na caverna as deficiências podem ser eliminadas por computador, através de um treino virtual que possibilita uma economia absurda?, destaca Soares. Além disso, ?esta é uma grande oportunidade de o País fabricar produtos baratos, que antes perdiam na concorrência com os estrangeiros?, frisou ele. Para Hans Ulmer, diretor-executivo da Absolut Technologies ? uma das empresas de soluções para realidade virtual que bancou parte do projeto ? a tecnologia que o Brasil poderá desenvolver através da caverna serviu de chamariz para o investimento. ?O que nos chamou a atenção neste projeto foi, em primeiro lugar, que é o primeiro na América Latina. E em segundo lugar que vai possibilitar que o Brasil exporte know-how?. Além do envolvimento de empresas privadas, o grande financiador do complexo digital foi o governo, através da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, que desembolsou US$ 700 mil. A maioria dos pesquisadores da USP acredita que, em menos de uma década, a sofisticada tecnologia da caverna se transforme em algo trivial. ?A popularidade surgirá com o tempo. Muita gente da USP acredita que, daqui a dez anos, a caverna será tão comum quanto uma televisão e funcione quase como um eletrodoméstico?, diz Soares. A primeira caverna foi criada em 91, em Chicago, e hoje já existem 160 delas espalhadas pelos EUA, Japão e Europa.

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