PUBLICIDADE

Universidades federais mudam datas de vestibular

Por Agencia Estado
Atualização:

As lideranças da greve das instituições federais de ensino decidiram nesta sexta-feira propor o adiamento dos vestibulares. Pelo menos cinco conselhos universitários acataram a proposta. O Sindicato Nacional dos Docentes (Andes) resolveu endurecer o movimento 24 horas depois de perder no Supremo Tribunal Federal (STF) a garantia de pagamento do salário de setembro. A paralisação dos docentes começou no dia 22 de agosto. Já os funcionários administrativos estão parados desde 25 de julho. Nas federais de Goiás, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e Uberlândia, dirigentes e representantes de professores, estudantes e servidores de apoio com assento no conselho - órgão que define os rumos da universidade - aprovaram a determinação da Andes. A entidade calcula que a greve atinge 50 das 52 instituições federais de ensino superior. Nesta sexta-feira foi a vez dos funcionários administrativos perderem o direito de receber os salários. O juiz Amílcar Machado, do Tribunal Regional Federal de Brasília, derrubou decisão anterior da Seção Judiciária do Distrito Federal que havia determinado o pagamento dos grevistas. O juiz citou a decisão do dia anterior tomada pelo ministro do STF Ilmar Galvão. Os servidores não podem fazer greve, segundo Galvão, pelo fato desse direito não estar regulamentado em lei, o que também impede o pagamento. Com apoio de partidos de oposição, a Andes e a Federação dos Sindicatos de Servidores das Universidades Brasileiras (Fasubra) vão fazer, na quarta-feira, ato na Câmara para sensibilizar o presidente Fernando Henrique Cardoso a ouvir os grevistas. "O ministro da Educação não está conseguindo ser um interlocutor confiável", afirmou o presidente da Andes, Roberto Leher. Desde o início desta semana, o comando de greve tenta uma audiência no Palácio do Planalto. Na terça-feira, um grupo de reitores simpáticos às reivindicações do movimento pediu ao presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), que tentasse marcar o encontro com o presidente. "O próprio ministro Paulo Renato disse que tem limites orçamentários para atender os pedidos dos professores", alegou o reitor da federal de Santa Catarina, Rodolfo Joaquim Pinto. As negociações entre o MEC e os grevistas foram interrompidas com a decisão do ministro Paulo Renato de reter os salários enquanto os servidores não voltarem ao trabalho e apresentarem um calendário de reposição das aulas. O governo chegou a propor a incorporação de 50% da Gratificação de Atividade Executiva (GAE). A gratificação representa cerca de 160% do salário. Os grevistas, porém, exigem a incorporação total. Eles também reivindicam a contratação de 8 mil professores e reajuste de 75,48%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.